domingo, 14 de dezembro de 2025

Relatório Europol 2025: Futuro não-Tripulado


Nos anos 90, ao objectivo da Nova Ordem Mundial, chamava-lhe controle tecnológico absoluto; hoje, chamo controle tecno-social absoluto... e assim o descreve, a Europol, no documento abaixo, parcialmente traduzido:
"Internet de Tudo (...) Acabou a privacidade (...) vigilância em tempo real (...) sociedade transparente (...) Sistemas não-tripulados, navegando pelo nosso mundo e interagindo conosco e uns com os outros, estarão observando o mundo ao seu redor, conosco nele. Quando esses sistemas se tornarem onipresentes na sociedade, isso significará que haverá a possibilidade de sermos observados em quase todos os lugares, a qualquer momento."
Este relatório é a paranóia da segurança robótica em um futuro de controle tecno-social absoluto, aos olhos da Europol.

Sobre a Europol - Contribuindo para uma Europa mais segura
20.Mai.2025


Com sede em Haia, nos Países Baixos, a missão da Europol é apoiar os seus Estados-Membros na prevenção e no combate a todas as formas de crime internacional e organizado grave, cibercrime e terrorismo. A Europol também trabalha com muitos Estados parceiros não pertencentes à UE e organizações internacionais. As redes criminosas e terroristas de grande escala representam uma ameaça significativa para a segurança interna da UE e para a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos. As maiores ameaças à segurança provêm de:

⬝ terrorismo
⬝ tráfico internacional de droga e branqueamento de capitais
⬝ fraude organizada
⬝ falsificação de euros
⬝ tráfico de seres humanos

Quantidade de vezes que alguns termos constam no documento

sistema 293x
não-tripulado 239x
robot 210x
lei 161x
[enforcement] imposição/execução/cumprimento 156x
drone 146x
crim [crime, criminologia] 82x
polícia 48x
segurança 36x
indústria 31x
inovação 29x
sociedade 25x
digital 20x
identificar 20x
vigilância 20x
terror [terrorismo, terrorista] 19x
privacidade 15x
guerra 09x
explosivo 08x
urbano 07x
cidadão 06x
perigo 06x
rastreamento 05x

O(s) Futuro(s) não-Tripulado(s)
O Impacto da Robótica e dos Sistemas não-Tripulados na Aplicação da Lei
Um relatório do Observatório do Laboratório de Inovação da Europol
TRADUÇÃO PARCIAL de 48 páginas. 


Sumário
4 Glossário
5 Resumo executivo
7 Principais conclusões
8 Introdução
10 Uso atual pelas forças policiais
10 Vigilância e reconhecimento
11 Mapeamento de cenas de crime e perícia forense
12 Busca e salvamento
13 Desativação de explosivos e materiais perigosos
14 Limitações técnicas
15 Falta de independência de fornecedores industriais
17 Ameaça de sistemas não-tripulados
19 Combatendo sistemas não-tripulados
21 Confiança pública e regulamentação
25 Principais tendências que moldam o futuro
25 Inteligência artificial e convergência tecnológica
28 A indústria da robótica - acessibilidade e domínio de mercado
30 Crescente integração de robots na sociedade
31 A guerra como motor da inovação
35 O futuro ambiente operacional
35 Sistemas não-tripulados como parte da sociedade
36 Internet de tudo
37 O digital se torna físico
38 Robots sociais
39 Chega de privacidade
40 Uma sociedade 3D precisa de policiamento 3D
42 Recomendações
44 Conclusões
45 Notas de rodapé

Resumo executivo 

Como criminosos ou terroristas poderão usar drones e robots daqui a 3 anos? Como as forças de segurança poderão policiar o espaço aéreo? E a polícia pode, ou deve desenvolver seu próprio RoboCop? Sistemas não-tripulados já são amplamente utilizados em diversos setores, incluindo manufatura, logística, saúde, agricultura e mais recentemente, em guerras. As agências de segurança pública estão adotando cada vez mais sistemas não-tripulados para aprimorar o conhecimento situacional, aumentar a segurança e ampliar o alcance operacional. No entanto, o uso de sistemas não-tripulados também levanta preocupações sobre segurança e privacidade, incluindo questões relacionadas a limitações técnicas, proteção de dados, desafios regulatórios e a necessidade de garantir a confiança pública. Algumas dessas preocupações também se relacionam a diversas ameaças à segurança, como o potencial de exploração de sistemas não-tripulados por agentes maliciosos. Nos últimos anos, táticas e equipamentos usados ​​em guerras têm sido incorporados ao crime organizado e ao terrorismo, impactando as forças de segurança. Também houve relatos de aumento no uso de drones em torno da infraestrutura europeia, e existem exemplos de pilotos de drones vendendo seus serviços online, transformando esse processo criminoso de crime-como-serviço para crime-à-distância. À medida que os sistemas não-tripulados se integram cada vez mais ao cotidiano, observamos 4 tendências convergentes, que exigirão que as autoridades policiais desenvolvam novas estratégias para o policiamento e a regulamentação desses sistemas:


1. Os sistemas não-tripulados operam em distâncias cada vez maiores.

2. Os sistemas não-tripulados atuam com crescente autonomia e coordenação.

3. Os sistemas não-tripulados estão se tornando progressivamente mais capazes.

4. Os sistemas não-tripulados aumentam rapidamente em número e variedade.

Com os avanços tecnológicos e a crescente adoção pela sociedade, o futuro cenário operacional para a aplicação da lei precisará evoluir para ser capaz de monitorar e agir em todos os domínios, do subaquático ao terrestre e desenvolver maneiras de interagir com novos tipos de sistemas não-tripulados. Robots e drones trazem o mundo digital para o mundo físico, exigindo adaptação para lidar com crimes automatizados e crimes cometidos em locais públicos por indivíduos fora do alcance físico das forças da lei. Com a Inteligência Artificial (IA), há um antes e um depois para as capacidades dos sistemas não-tripulados. Especialistas esperam que a IA física, analítica e generativa impulsione a próxima onda da robótica, criando um "momento ChatGPT" para a IA física. Já existem robots que se recarregam, ou trocam suas próprias baterias, quando necessário e que colaboram com outros para resolver missões complexas e orientadas a objetivos. Para se preparar para o futuro ambiente operacional, uma série de medidas concretas podem e devem ser tomadas. Estas variam desde o desenvolvimento de uma intenção estratégica, uma vontade clara e a atualização dos paradigmas táticos, operacionais e de segurança relativos a sistemas não-tripulados. As forças policiais europeias também se beneficiariam da colaboração para testar e avaliar sistemas não-tripulados para uso policial e de aplicação da lei, bem como para neutralizar tais sistemas em cenários realistas. No entanto, para que isso aconteça, é necessário estabelecer um quadro regulamentar com diretrizes claras que apoiem a inovação e os testes por parte das forças policiais, juntamente com investimentos em treinamento e capacitação do pessoal. Além disso, o desenvolvimento de parcerias com a indústria e a academia europeias será crucial para alavancar tecnologias-chave com a confiança dos cidadãos e antecipar-se às ameaças emergentes. O estabelecimento e a conexão de polos de competência em níveis nacional e europeu garantirão ainda mais que os agentes da lei europeus tenham acesso oportuno ao conhecimento e às habilidades necessárias para usar e policiar sistemas não-tripulados de forma eficaz. Este relatório prospectivo oferece uma visão geral desses futuros não-tripulados e visa aumentar a conscientização sobre as oportunidades e ameaças que o progresso tecnológico nessa área deverá trazer. Além disso, o relatório busca fornecer uma base sólida e informada para que as autoridades policiais tomem decisões proativas que moldem o futuro.


Ameaça de sistemas não-tripulados | Grupos criminosos e terroristas frequentemente adotam novas tecnologias precocemente para obter vantagens. Como demonstra a longa história do abuso tecnológico, agentes maliciosos utilizam qualquer tecnologia que seja boa, barata e fácil de usar, além de estar disponível gratuitamente no mercado consumidor. A rápida ascensão comercial de sistemas não-tripulados, especificamente de drones de uso recreativo, atende e continua a acelerar esses critérios. Um estudo realizado pelo Centro de Estudos Estratégicos de Haia...


... sugere que novas vulnerabilidades podem ser detectadas utilizando a Teoria da Atividade Rotineira


Essa teoria enfatiza que o crime ocorre quando 3 elementos convergem: 

(1) um criminoso motivado
(2) um alvo adequado e atraente
(3) a ausência de um guardião capaz

O estudo sugere que, se o valor desejado por um criminoso motivado for obtido de forma mais eficiente por meio de um drone, essa vulnerabilidade será explorada. Como os sistemas não-tripulados desafiam a capacidade das autoridades de segurança de proteger e responder adequadamente, a ameaça decorrente desses sistemas é particularmente preocupante. Embora o uso malicioso de sistemas não-tripulados, particularmente drones, possa levar a atividades criminosas, ou terroristas, uma crescente preocupação é que essas ações possam ter origem em fontes patrocinadas pelo Estado. Os sistemas não-tripulados são particularmente atraentes no contexto de ameaças híbridas, visto que a natureza cada vez mais autônoma com que podem ser operados oferece aos atores estatais certa plausibilidade de negação. Isso pode complicar a atribuição e levar a uma (errônea) categorização dessas atividades como meros atos criminosos. Avistamentos suspeitos de drones sobre aeroportos dinamarqueses, em Set. e Out.2025, evidenciaram lacunas de capacidade tanto nas forças militares quanto nas policiais, bem como a ambição política de aumentar a capacidade policial para melhor lidar com o problema. O uso criminoso de drones tem sido relatado, desde aproximadamente 2010, tornando 2025 um período de aprendizado de 15 anos para criminosos inovadores e pioneiros na adoção dessa tecnologia. Os grupos criminosos organizados agora são capazes de produzir drones profissionais e avançados de forma artesanal, e em 2022 foram descobertos os primeiros casos conhecidos de drones subaquáticos não-tripulados, utilizados para fins nefastos. Isso, juntamente com o uso generalizado de drones na guerra da Rússia contra a Ucrânia, sugere que 2022 foi o ponto-de-virada para o uso antagônico generalizado de sistemas não-tripulados em todos os domínios. Os ataques[?] do Hamas contra Israel, em 07.Out.2023, envolveram o uso extensivo de UAS, tanto para fins de inteligência e consciência situacional quanto para o lançamento de cargas úteis. Isso enfatiza ainda mais o potencial e a relevância desses sistemas para fins criminosos e terroristas. A exploração criminosa de sistemas não-tripulados acompanha a tendência geral de uso comum de drones baratos e simples pela sociedade. Esse uso malicioso envolve principalmente UAS oportunistas, controlados remotamente, disponíveis comercialmente e de fácil acesso, para reconhecimento (informação) e contrabando, ou entrega (logística). Isso permite, tanto a realização bem-sucedida dessas operações, quanto oferece um meio de distanciar ainda mais as pessoas do ato, proporcionando maior anonimato. Uma nova forma de crime-à-distância pode emergir do atual crime-como-serviço. Por exemplo, uma rede criminosa pode contratar um operador de drones experiente para fornecer informações em tempo real sobre a localização e os movimentos de policiais, para atacar uma gangue rival com explosivos caseiros, ou para contrabandear drogas através de uma fronteira. Já existem casos de pilotos de drones vendendo seus serviços online, pilotando o drone de outra pessoa à distância; por exemplo, em Out.2025, um "narco-submarino" não-tripulado com uma antena de satélite Starlink foi apreendido na costa da Colômbia. O uso de drones para fins de contrabando é particularmente comum em áreas rurais e desabitadas de fronteira na Europa. No entanto, uma ameaça potencialmente maior reside na capacidade desses sistemas de coletar informações, que podem ser usadas para apoiar uma ampla gama de operações criminosas, terroristas, ou híbridas. Essa capacidade de coleta de informações é especialmente preocupante porque é difícil de detectar, pode ser usada repetidamente ao longo do tempo e pode fornecer valor a longo prazo para agentes maliciosos, tornando-se uma ameaça mais significativa e duradoura do que o próprio contrabando. Todos esses desenvolvimentos são impulsionados pela acessibilidade de informações sobre como esses sistemas podem ser implantados e modificados. Esse desenvolvimento foi exacerbado pelo fato de a guerra russa contra a Ucrânia ter levado a uma ampla competência na construção e modificação de drones. Isso é ainda mais reforçado por recursos semelhantes em tecnologias de apoio, como impressão 3D para as modificações, criptomoedas para comércio anônimo e comunicações criptografadas para evitar a detecção pelas autoridades. A ameaça representada por sistemas não-tripulados é uma preocupação crescente, visto que grupos criminosos e terroristas adotam e modificam cada vez mais essas tecnologias para realizar atividades ilícitas. O futuro pode reservar operações ainda mais sofisticadas e anônimas, à medida que a tecnologia avança e se torna mais acessível. À medida que avançamos, a capacidade de implantar contra-medidas e estratégias eficazes para lidar com essas ameaças se tornará cada vez mais crucial para a aplicação da lei.


O futuro ambiente operacional | Uma consequência fundamental que todas as tendências mencionadas têm em comum é que, no futuro, as agências de aplicação da lei (AAL) verão um número crescente de sistemas não-tripulados, desde carros autônomos a robots de companhia social. Isso terá um impacto significativo no trabalho policial, já que essas entidades adicionais podem exigir novas formas de policiamento, tanto para utilizá-las de forma eficaz quanto para prevenir seu uso indevido.


Sistemas não-tripulados como parte da sociedade | À medida que mais e mais robots, drones e outros sistemas não-tripulados são implantados para desempenhar diversas funções de maneira cada vez mais autônoma, eles se tornarão parte de nossas vidas e de nossos espaços públicos. Como é dever das forças de segurança policiar esse espaço, as AAL precisarão desenvolver novas maneiras de interagir com esses sistemas para separar as operações legais das ilegais e garantir um espaço seguro para todos. Isso significa ser capaz de detectar, monitorar, deter, investigar ou, em última instância, combatê-los com o uso da força. Tudo isso exigirá exploração para identificar novos procedimentos operacionais para a aplicação da lei que sejam seguros e eficazes. Diferentes tipos de sistemas não-tripulados podem exigir abordagens diferentes. Um factor-chave nesse sentido está relacionado aos diferentes tipos de tecnologia e padrões envolvidos. Isso inclui o seguinte:


⬝ O projeto e o desenvolvimento de sistemas não-tripulados podem variar significativamente de acordo com sua finalidade. Enquanto o uso de robots policiais provavelmente será altamente regulamentado, sistemas comerciais, ou de consumo, podem ter um nível de segurança muito menor. Este último fator também afetará a perícia forense em sistemas não-tripulados, já que cada tipo encontrado pode usar sistemas operacionais, ou capacidades de armazenamento de dados, diferentes.

⬝ Sistemas não-tripulados podem usar diferentes tipos de tecnologia, incluindo sensores e sistemas de comunicação. Enquanto drones podem depender de GPS, um veículo terrestre autônomo pode usar LIDAR e visão computacional. A resposta das forças policiais precisa levar em consideração essas diferenças, pois diferentes tipos de sistemas não-tripulados podem exigir abordagens diferentes.

⬝ A regulamentação de sistemas não-tripulados pode variar de acordo com o tipo. Enquanto drones podem estar sujeitos às leis de aviação, sistemas terrestres, de superfície e subaquáticos podem estar sujeitos a regulamentações completamente diferentes. Além disso, novas regulamentações podem surgir buscando abranger todos os tipos, bem como outros adicionais. As forças policiais precisarão entender essas diferenças e como elas impactarão seu ambiente operacional e suas capacidades. 

Além disso, do ponto de vista prático, as forças policiais precisarão se preparar para as mudanças nas expectativas da sociedade: enquanto as discussões atuais abordam pontos como a melhor forma de deter um drone, o futuro ambiente operacional poderá exigir que as autoridades considerem como deter um robots humanóide.


Internet de Tudo | Redes de dados mais amplas, de baixa latência e alta velocidade, como 5G/6G e comunicação via satélite, garantem conectividade em todos os lugares. Isso abrirá caminho para o uso de dispositivos da Internet das Coisas (IoT) em qualquer lugar, desde áreas subterrâneas a cidades, áreas rurais e até mesmo oceanos. Com o crescente número de sistemas não-tripulados em circulação, uma preocupação emergente diz respeito à forma como esses sistemas reportam suas atividades aos seus proprietários, bem como à forma como se comunicarão com o ambiente e entre si. Isso provavelmente significará um aumento significativo na quantidade de comunicação, bem como mudanças dinâmicas na natureza dessa comunicação. A comunicação entre dispositivos provavelmente não será a mesma que a comunicação entre humanos, ou mesmo entre humanos e dispositivos. Isso significa desenvolver novas capacidades para interceptações legais de comunicações de indivíduos, bem como entre esses sistemas, e ter a capacidade técnica de interpretar essa comunicação.


O digital se torna físico | À medida que os sistemas não-tripulados se tornam cada vez mais autônomos, equipados com IA e controles baseados em tarefas, eles ganham capacidade de agir por conta própria. Essa nova autonomia levanta preocupações sobre comportamentos indesejáveis ​​e criminosos, já que suas ações podem ter consequências no mundo real. Além disso, sua natureza conectada permite que sejam controlados e instruídos de qualquer lugar, dificultando a identificação das intenções e dos responsáveis ​​por suas ações, exacerbando a transição do cibercrime do mundo digital para o físico. Outro aspecto para as forças da lei é o direito e o processo para a apreensão de objetos em investigações criminais. Robots serão apreendidos como outros objetos, mas representam um novo risco, pois, diferentemente de outros objetos, podem realizar ações dentro de instalações policiais, como gravar, roubar, destruir, ou escapar. Com a crescente circulação de sistemas não-tripulados autônomos, as agências de aplicação da lei precisarão implementar processos adequados para a apreensão e o armazenamento dessas tecnologias. A convergência de sistemas não-tripulados e crime cibernético possibilita o surgimento de novas formas de crime no mundo físico. Assim, esses sistemas podem ser usados ​​como meio para que o crime cibernético interaja com o ambiente físico - e o crime cibernético pode ter um impacto ainda maior no ambiente físico. Para enfrentar esse desafio, será cada vez mais crucial desenvolver métodos para monitorar, consultar e investigar esses sistemas, bem como seus instrutores. Formas eficazes e aceitáveis ​​de obrigá-los a cumprir a lei, ou de detê-los, serão vitais para que a aplicação da lei continue relevante.


Robots sociais | Os robots sociais são especificamente projetados para interagir com outras pessoas em um nível mais humano. Embora ainda em estágios iniciais, já existem aplicações para robots sociais, incluindo aquelas que auxiliam idosos e crianças com autismo, bem como robots sociais que atuam como parceiros românticos. Impulsionados por IA, esses robots estão se tornando cada vez mais convincentes em sua empatia, além de melhores em antecipar as necessidades humanas. As capacidades empáticas dos robots sociais podem, no futuro, ser exploradas por criminosos e terroristas para uma variedade de atividades maliciosas. Particularmente, atividades que envolvam convencer pessoas, desde des-informação até aliciamento, podem se beneficiar do uso abusivo de robots sociais para esses fins, tornando-se uma nova modalidade de engenharia social criminosa. Como os chatbots já estão sendo usados ​​para enganar vítimas, os robots sociais podem trazer essa tendência para o mundo físico e potencialmente, causar danos ainda maiores. Esses esforços maliciosos, que visam manipular e enganar suas vítimas, podem ser reforçados com a crescente quantidade de dados íntimos coletados pelos robots sociais. À medida que se tornam partes cada vez mais importantes da vida das pessoas e se movimentam em sua esfera privada, os robots sociais conhecerão seus donos de forma cada vez mais íntima - e possuirão informações altamente sensíveis sobre eles. Além disso, conforme os robots sociais continuam a se conectar com humanos, podemos esperar mudanças na forma como a sociedade os percebe e consequentemente, como as autoridades policiais devem interagir com eles. Embora atualmente possa ser aceitável que a polícia derrube um drone, intervenções em sistemas não-tripulados que evocam uma resposta mais enfática podem exigir maior ponderação. Por exemplo, em 2015, um vídeo mostrando pessoas chutando um robots em forma de cachorro para demonstrar suas capacidades de equilíbrio, gerou um debate sobre a ética de chutar um "cachorro" desse tipo. À medida que os robots se tornam mais semelhantes a humanos, em comportamento, aparência, ou ambos, pode ser cada vez mais difícil para as autoridades policiais aplicarem a legislação existente para responder a situações envolvendo sistemas não-tripulados. Agredir um robot "humano" constituiria abuso físico, como outros podem perceber? E em que ponto as pessoas se identificam o suficiente com um robot para considerar um comportamento negativo em relação a ele uma ofensa? Será fundamental que haja debates públicos e esforços legislativos preventivos para fornecer um contexto jurídico relevante e claro.


Chega de privacidade | Satélites, inteligência artificial, inteligência de código aberto e vigilância em tempo real transformaram as zonas de conflito modernas no que agora é chamado de campo de batalha transparente e talvez essa expressão seja igualmente relevante para a sociedade em geral: a sociedade transparente. Sistemas não-tripulados, navegando pelo nosso mundo e interagindo conosco e entre si, observarão o mundo ao seu redor, com a nossa presença.

Quando esses sistemas se tornarem onipresentes na sociedade, isso significará a possibilidade de sermos observados em quase todos os lugares, a qualquer momento. Com os sistemas de assistentes domésticos, isso se estende aos espaços de privacidade das pessoas. Dependendo da implementação e dos padrões de proteção de dados aplicáveis, as observações feitas por esses sistemas podem ser usadas para coletar dados sobre as pessoas sem o seu conhecimento, ou consentimento, explícitos. Embora esse já seja um modelo de negócios amplamente aplicado em smartphones e em um grande número de dispositivos IoT, incluindo robots domésticos, o aumento da capacidade e da autonomia dos sistemas não-tripulados provavelmente exacerbará essa ameaça à privacidade individual. Como esses sistemas dependem de sensores como câmeras para navegar pelo nosso mundo, as questões relacionadas à forma de regular efetivamente seu uso e implantação sem sufocar a inovação, se tornarão cada vez mais importantes. Embora já existam algumas leis gerais relacionadas à privacidade, a falta de regulamentação e implementação pode levar a uma situação em que as pessoas fiquem sujeitas a ameaças significativas à sua privacidade pessoal, quando essas quantidades potencialmente vastas de dados forem utilizadas por empresas e possivelmente, por criminosos. Crimes atuais que se baseiam na exploração de vazamentos de dados e dispositivos pessoais desprotegidos podem se tornar ainda mais invasivos quando sistemas autônomos capazes de vigilância forem encontrados em todos os lugares - em locais públicos e também em residências. As operações policiais podem ser limitadas tacticamente por esses observadores onipresentes. A ampla disseminação de sistemas de câmeras de segurança residencial e carros inteligentes já limitou a possibilidade de policiais investigarem criminosos de forma discreta. Sistemas de robótica móvel à procura da polícia, equipados com reconhecimento facial para identificar aliados e inimigos, podem dificultar ainda mais o trabalho policial e o policiamento eficaz de determinadas áreas.❞-- FIM DA TRADUÇÃO PARCIAL

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