quinta-feira, 14 de outubro de 2021

BIS E AMÉRICA LATINA | Instituto de Estabilidade Financeira publica relatório sobre exercício de simulação de crise transfronteiriça na região

Comunicado de imprensa do BIS

Autoridades financeiras em 6 jurisdições sul-americanas participaram, em Mar.2021, de um exercício de Simulação de Crise Internacional (CSE) para testar seus arranjos de gestão de crises financeiras.
O exercício foi coordenado pelo Instituto de Estabilidade Financeira do BIS com o apoio da Associação de Supervisores de Bancos das Américas (ASBA).


O Instituto de Estabilidade Financeira (FSI) do Banco para Assentamentos Internacionais (BIS)...


... publicou hoje um relatório sobre as conclusões desse exercício.


O objetivo do CSE era permitir que as autoridades participantes avaliassem a eficácia de seus quadros de gestão de crises e acordos de cooperação transfronteiriça em um ambiente controlado. Também lhes permitiu identificar áreas de melhoria.

O exercício envolveu 11 Bancos Centrais, autoridades supervisoras e seguradores de depósito da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai e Uruguai, em um cenário inventado com base na falência de um grupo bancário internacional fictício regionalmente sistêmico.

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Participaram do exercício as seguintes autoridades: 

Banco Central da Argentina
Banco Central do Brasil
Banco Central do Chile
Banco Central da Colômbia
Banco Central do Paraguai
Banco Central do Uruguai
Corporação para a Proteção de Depósitos Bancários do Uruguai (COPAB)
Fundo Garantidor de Depósitos do Brasil (FGC)
Fundo Garantidor de Instituições Financeiras da Colômbia (Fogafín)
Comissão do Mercado Financeiro do Chile 
Superintendência Financeira da Colômbia (SFC)

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O relatório contém conclusões gerais e recomendações sobre tópicos, incluindo ferramentas de gestão de crises, planejamento de recuperação e resolução, financiamento de liquidez e resolução, procedimentos de tomada de decisão doméstica e cooperação transfronteiriça e compartilhamento de informações.

-- FIM DA TRADUÇÃO

No relatório, lemos:

Seção 3 - O cenário | O cenário centrou-se na quebra de um banco regionalmente sistêmico - o fictício “Banco São Francisco” (BSF). O cenário foi projetado para ser relevante e realista para todas as autoridades participantes e para alcançar um nível semelhante de engajamento para todos os países. O cenário incluiu uma história de fundo que enquadrou o eventos na simulação, incluindo circunstâncias macroeconômicas e geopolíticas. O grupo bancário fictício teve várias relações de financiamento transfronteiras materiais e as entidades foram vinculadas por meio de serviços, em especial os relacionados com operações e pagamentos.

A crise estava enraizada em uma deterioração simulada das condições macroeconômicas regionais que afetou todos os países representados no exercício. Foi escolhido um cenário macroeconômico que levou a uma ampla recessão e perdas correspondentes na carteira de empréstimos do banco, uma vez que todos os países participantes poderiam ser expostos a ele com credibilidade. O balanço do BSF enfraqueceu e os capitais próprios foram consumidos, principalmente devido a uma proporção crescente de créditos de cobrança duvidosa e ao aumento das provisões. Como seria provável em circunstâncias semelhantes na realidade, os participantes enfrentaram um grau significativo de incerteza sobre a deterioração da qualidade dos ativos. A lucratividade do grupo também diminuiu, minando a capacidade do banco de compensar as perdas com empréstimos por meio da geração interna de capital.

Eventos de crise idiossincráticos adicionaram novos desafios ao exercício. As crises bancárias geralmente vêm com choques exógenos e eventos imprevistos (que podem não estar relacionados à causa raiz da crise) que aumentam a urgência, limitam a margem de manobra, ou invalidam as estratégias planejadas. Por esse motivo, a simulação também incluiu eventos como corridas de depositantes, mídia negativa e escândalos.

A simulação foi dividida em 3 rodadas, cada uma das quais representou uma fase em um continuum de crise estilizado.* A Rodada 1 focou nas tentativas de recuperação em um contexto de aumento de capital e estresse de liquidez. A Rodada 2 centrou-se no desenvolvimento de uma estratégia de resolução e na avaliação do cumprimento dos gatilhos aplicáveis para a intervenção. A Rodada 3 concentrou-se na análise de duas opções de resolução: uma, oferta de aquisição de todo o Grupo BSF, que exigia financiamento público complementar; e a outra, uma oferta de compra das operações apenas na jurisdição de origem, o que não exigia financiamento adicional, mas separaria o grupo e acarretaria fechamentos e perda de empregos.
*Dada a complexidade do cenário, foi necessário algum esforço dos participantes para compreender a estrutura empresarial, a situação financeira e as ligações internacionais do banco. Por este motivo, os participantes receberam material pré-CSE para familiarizá-los com os antecedentes e as circunstâncias no ponto de partida e permitir uma tomada de decisão rápida assim que o exercício fosse iniciado.

Para aumentar os desafios da tomada de decisão, o cenário não teve um desfecho ideal. Dito isso, o cenário foi projetado para tornar as soluções cooperativas transfronteiriças menos onerosas de uma perspectiva mais ampla e mais capazes de lidar com as dependências operacionais intragrupo. O objetivo era encorajar discussões e tomadas de decisão transfronteiriças, ao mesmo tempo em que reconhecia os trade-offs com soluções unilaterais que atendiam aos objetivos individuais de cada país, como proteção de depositantes nacionais, preservação de empregos, ou contenção de repercussões para outros bancos do sistema. Uma solução cooperativa transfronteiriça não era necessariamente esperada, ou visada pelo exercício, uma vez que os países e as autoridades naturalmente têm incentivos diferentes e isso sempre implicará em compromissos. Em vez disso, o foco estava em destacar as compensações que vêm com essas decisões, para estimular o debate e a tomada de decisões transfronteiriças.

O resultado do exercício teve enfoque nacional. A oferta do grupo exigia a divisão de encargos entre os países, o que não foi alcançado. As autoridades envidaram grandes esforços para chegar a uma solução cooperativa, mas a complexidade das negociações sobre a necessária repartição dos encargos e as contribuições de financiamento impediram-nas de chegar a um acordo dentro do tempo disponível.

-- FIM DA TRADUÇÃO

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