quarta-feira, 6 de maio de 2020

A Digitalização da Economia e o Preconceito Tecnológico como Marginalização no Séc XXI

Um dos maiores desafios do fim do dinheiro físico e a instauração de uma economia 100% virtual é a inclusão dos chamados analfabetos tecnológicos e das pessoas que não concordam com o fornecimento dos dados biométricos para o sistema governamental e financeiro. Como divulgado no final do documento analisado aqui no Blog, Covid-19, dinheiro e o futuro dos pagamentos, lançado no dia 02 de Abril de 2020 pelo Banco privado B.I.S. - o Banco Central dos Bancos Centrais com sede na cidade da Basileia, Suíça – existem 1,3 milhão de consumidores "não bancários" no Reino Unido, ou seja, pessoas que não possuem conta bancária e que, logo, não utilizam os meios digitais para efetuar transações financeiras. No Brasil, ainda é incalculável a quantidade de cidadãos “consumidores não bancários”, mas não nos surpreenderíamos se fossem calculados vários milhões de pessoas. Como devem ser incluídos estes cidadãos dentro de um sistema burocrático e financeiro cada vez mais virtual e preocupado com os crimes cibernéticos e com a segurança do espaço cibernético, sem que os mesmos sejam enquadrados como ilegais, ou sofram  com represálias de marginalização?

Banco para Assentamentos Internacionais, o Banco privado B.I.S., o Banco Central dos Bancos Centrais com sede na cidade da Basileia, Suíça (paraíso fiscal)

Apesar do sistema financeiro transparecer consideração por tais cidadãos, não parece estar disposto a parar com a instauração de uma economia 100% virtual. No documento acima mencionado, o Banco privado B.I.S. sugere aos Bancos Centrais de todo o mundo o uso exclusivo de moeda virtual devido ao perigo de contágio que o dinheiro físico oferece, apesar ser mencionado no próprio documento que o Banco da Inglaterra admite que "o risco representado pelo manuseio de uma nota de polímero não é maior do que tocar em outras superfícies comuns, como corrimãos, maçanetas, ou cartões de crédito".

Dando continuidade ao fortalecimento da política de digitalização da economia, no dia 14 de Abril de 2020, o Conselho de Estabilidade Financeira - pertencente ao Instituto de Estabilidade Financeira (FSB), uma das instituições agregadas ao complexo organizacional do Banco privado B.I.S. – publica o documento Enfrentando os Desafios Regulatórios, de Supervisão e Fiscalização levantados pelos Acordos de “stablecoin global" - analisado aqui no Blog - no qual sugere a regulamentação das stablecoins globais (criptomoedas com menor oscilação de valor) dentro dos Acordos da Basileia, devido ao perigo que aquelas representam para a Estabilidade Financeira das instituições financeiras. Quantas criptomoedas resistirão a tal regulamentação, mantendo o modus operandis e até mesmo a própria existência?

Eis que no dia 21 de Abril de 2020, em sequência, o Banco Central da China anuncia que “testará a moeda digital do Banco Central (CBDC)”, como uma experiência piloto “em vários distritos e planeja lançá-lo nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.”

Banco Central da República Popular da China

Porém, no dia 20 de Fevereiro de 2020, já estava sendo anunciado pela Agência Reuters que a “Suécia começa a testar a primeira moeda digital de um Banco Central do mundo”, um projeto iniciado em 2017 e descrito pelo próprio Banco Central da Suécia como “O uso de notas e moedas está em declínio na sociedade. Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos em relação à moeda eletrônica e aos métodos de pagamento estão avançando rapidamente. O Riksbank [Banco Central da Suécia] vê problemas em potencial com a marginalização do dinheiro [físico] e, portanto, iniciou um projeto piloto para desenvolver uma proposta de solução técnica para a Coroa sueca em formato eletrônico, uma e-krona. Ainda não foram tomadas decisões [em 2017] sobre a emissão de uma e-krona.”

Riksbank, Banco Central da Suécia

Lembrando que o Banco privado B.I.S. e todo o seu complexo sistema financeiro constituído de 191 Bancos Centrais (existem 196 países no mundo) – sendo que, destes, 62 Bancos Centrais são acionistas do B.I.S. – possui um sistema monetário próprio (como vimos na tradução exclusiva para a língua portuguesa dos Estatutos do B.I.S.) com uma moeda própria (S.D.R. – Special Drawing Rights, ou Direitos Especiais de Saque) criado pelo Fundo Monetário Internacional (F.M.I.) em 1969 para complementar as reservas oficiais de seus países membros.

Existirá uma agenda internacional para a instauração de um sistema financeiro único baseado em uma moeda única?

O que deseja o sistema financeiro mundial: regulamentar as diversas criptomoedas existentes no mundo, ou extinguir todas elas para que, no final, sobreviva apenas uma criptomoeda mundial: a dos Bancos Centrais?

Terminamos com a mesma questão inicial: como devem ser incluídos estes cidadãos dentro de um sistema burocrático e financeiro cada vez mais virtual e cada vez mais preocupado com os crimes cibernéticos e a segurança do espaço cibernético, sem que os mesmos sejam enquadrados como ilegais, ou sofram  com represálias de marginalização?

4 comentários:

  1. Não poderia ser pelo tal do nesara/gesara, no começo dar dinheiro digital, que para isso seria obrigado o cadastro para receber?

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  2. Não sei se existe alguma coisa a fazer,pois as pessoas estão totalmente alienadas e tudo que falamos, mostramos a realidade elas não acreditam.mas vai sofrer muito, porque tá difícil pra resolver qualquer problema via internet ou telefone, vc fica muito tempo ouvindo recado da secretaria eletronica e não consegue falar com ninguém.e sabemos como tudo isso vai terminar.

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    1. A única coisa que vejo para fazer é continuar clamando pelo despertar da consciência e reunindo informação para quem buscar, encontrar.

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  3. A moeda digital já está aí, as maquininha estão sendo usada até pra venda de porta em porta.

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