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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A ilusão do jogo político no Brasil: PT alia-se a partidos que apoiaram impeachment

Esta imagem do Gabriel, O Pensador, que surgiu na internet em Novembro de 2017, expressa perfeitamente a dança política que acontece nos bastidores do Estado.


Este mês, entretanto, foram noticiadas as alianças nacionais entre o PT (Partido dos Trabalhadores) e os partidos que apoiaram o impeachment:

Em 15 estados, PT se alia a partidos que apoiaram impeachment [1]
08.08.2018

PT faz alianças com partidos que apoiaram impeachment de Dilma em 15 Estados [2]
08.08.2018

Estas alianças do PT mostram que nem tudo é o que parece. São deduzidas em documentos pouco divulgados, mas bastante explícitos quanto aos objetivos de tal partido, como o seguinte informativo do Forum Econômico Mundial: estranho é que todos os links desta página estão desligados.

Presidente Lula pede “globalização com ética” [3]
2009

Presidente Lula defende nova ordem mundial "ética" [4]
15.04.2009

O discurso do antigo Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, no Forum Econômico Mundial na América Latina, ainda circula na internet, no qual ele defende uma Nova Ordem Econômica Mundial. No mesmo vídeo, outro discurso proferido por Lula nas Nações Unidas, defendendo a Nova Ordem Mundial.


Porque será que Lula recebeu o seguinte prêmio do Forum Econômico Mundial, sendo que tal evento incentiva a criação de um Governo Mundial e uma sociedade global absolutamente controlada por tecnologias biométricas que gerarão +2 bilhões de desempregados até 2030? [5]

Lula é o primeiro presidente a receber o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial [6]
20.01.2010

Dilma foi considerada o "retrato" da Nova Ordem Mundial. Estaremos, afinal, vendo divisões, onde elas não existem? Estarão os poderosos do mundo - apesar de nítidos conflitos internos nas altas instâncias de poder - unidos em uma única causa: a instauração de um Governo Mundial?



Lula, no Forum Econômico Mundial, fala contra o FMI, contra a economia virtual, a favor de mais poder do Estado sobre os bancos. Simultaneamente, abraça o sionismo. Nos seguintes vídeos, vemos Lula com Shimon Peres, ex-Presidente de Israel, visitando o Museu do Holocausto Judeu e depositando flores na Chama Eterna, um memorial aos supostos 6 milhões de judeus mortos no holocausto nazi. Lula confirma a veracidade do holocausto em diversas ocasiões. 



Vale a pena destacar que o Rabino que preside a direção do Museu do Holocausto, pediu a Lula que marque um encontro entre ele e o então Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, o qual nega que o holocausto tenha acontecido realmente. O Rabino que afirma ter passado por um dos campos de concentração nazi e quer convencer o Presidente do Irã com seu testemunho.



O seguinte vídeo surgiu na internet buscando fazer muita gente acreditar que Lula não tinha depositado as flores na Chama Eterna. Estariam querendo esconder a aliança do PT com o sionismo, ou seria pura difamação de quem não entende realmente como as coisas estão acontecendo nos bastidores?




Há pouco tempo lancei um vídeo no meu canal de Youtube, mostrando as alianças do atual candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, que têm vindo a ser estabelecidas com o Conselho das Relações Externas dos Estados Unidos da América, logo, com a família Rockefeller, o sionismo, Israel e os Bancos Centrais controlados pela Reserva Federal América da família Rothschild.


Se as alianças são as mesmas, poderão Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro ser assim tão diferentes? Ou estarão apenas levando o barco Brasil para o mesmo porto, mas por águas diferentes, de maneira a que a população não se aperceba que as mesmas instituições e corporações internacionais continuam, década após década, a sugar as riquezas naturais brasileiras? Porque os candidatos não falam de temas vitais para o Brasil? [7] [8] [9] [10]

Quando descobro que o islamismo cresce no Brasil com o apoio do Governo PT - chegando já a 1 milhão e meio de convertidos, 11 mil só na Grande São Paulo - e sabendo o impacto que tal religião está tendo na Europa e nos EUA, questiono-me: porque os atuais candidatos à Presidência da República brasileira não falam sobre isso?



Consciente da falta de integração que o islamismo e o seu desejo de imperializar o mundo, pergunto-me: porque, no Brasil - tal e qual como na Europa - instituições que se revelam defensoras do sionismo, estão abrindo as portas para uma verdadeira invasão islâmica? A confusão em relação ao que é o islamismo é notória quando, a meio do seguinte vídeo, diversas pessoas defendem que a mulher não é oprimida no islã.


Número de centros islâmicos sobe 20% em 2015 em São Paulo [11]
17.09.2015

Mas, afinal, porque estaria o sionismo permitindo a expansão do islamismo? 

Os caminhos dos Senhores do Mundo são obscuros e as vias que usam para alcançar os seus objetivos são complexas. Apesar de existirem conflitos internos por poder, existe uma união forte entre as classes mais poderosas para instaurar um Governo Mundial. Se observarmos bem, o islamismo está sendo a melhor via para instaurar o caos no ocidente - tanto a nível de sistemas religiosos, quanto políticos, sociais, etc. Os valores da cultura ocidental precisam ser derrubados para que uma Nova Ordem Mundial de controle absoluto se erga. Como já estudamos em trabalhos anteriores, o sentimento de insegurança e o medo, são o que faz surgir o consentimento social para a instauração das tecnologias de controle biométrico absoluto. 

Quanto maior o caos, mais abertas as pessoas ficam para aceitar medidas extremas que acabem com aquele.

Lembremos que existe um pensamento messiânico no judaísmo e que o judaísmo é a forma como o sionismo se tem apresentado ao mundo - apesar de existirem cada vez mais judeus que não são sionistas [12]. O caos generalizado será a Porta para erguer um Líder Mundial.   

Não é de estranhar, então, as alianças existentes entre lados, aparentemente, tão opostos - quer seja na política brasileira, quer seja em ideologias religiosas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Sionismo, o Complexo do Bode Expiatório e a História dos Impérios

Presentemente, maior parte do planeta é dominado pelo Império Sionista. 

Judeus ortodoxos manifestando-se contra o sionismo

Mas não todo o planeta: ainda podemos considerar um Império Chinês (essencialmente, ao nível comercial, mas também ao nível geográfico), um Império Islâmico (mais restrito ao Médio Oriente, mas ganhando espaço na Europa e nos Estados Unidos) e um Império Russo (limitado geograficamente aos entornos da Rússia, com grandes poderes e influências em todo o mundo, mas já muito dominado por fortunas de judeus-sionistas).

Na Wikipédia, podemos ler a seguinte descrição:

“O sionismo é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel.”

Mas nem todo o sionista é judeu e nem todo o judeu é sionista.

O povo judeu é usado, de vez em quando, como carne-para-canhão para promover o vitimismo que justifica o crescente poder do Estado de Israel e do sionismo global.

O povo do Estado de Israel – que nem judeu é porque é descendente dos judeus asquenazes - como qualquer outro povo, é alvo dos Programas de Controle Mental e da Engenharia Social dos seus governantes-sionistas e como qualquer outro povo, defende como boa e justa a história do seu país. Logo, maior parte do povo judeu é sionista.

Muitos culpam os judeus de todos os males que existem, hoje, no mundo. É o que em psicologia se chama de Complexo do Bode Expiatório – termo muito estudado pelo francês René Girard (historiador, crítico literário, antropólogo, filósofo, teólogo, sociólogo e filólogo) e tão bem explicado por Sylvia Brinton Perera como estando “associado ao mecanismo de negação da sombra, já que o bode expiatório recebe a projeção da sombra e se identifica com características que o outro não aceita em si mesmo, por não estar em acordo com o ego ideal.”

Judeus sionistas e não-judeus sionistas estão, sim, à frente do imperialismo atual, mas pensar que são eles a fonte de todo o mal do mundo é evidência de falta de memória histórica.

Pode ser que a Dança dos Impérios mostre que o mundo vive há imenso tempo uma crise espiritual e que a ganância imperialista é algo que tem origem no coração de qualquer povo do mundo.

domingo, 15 de novembro de 2020

Discurso de Yasser Arafat nas Nações Unidas, 1974: Palestina nas Nações Unidas - tradução

No passado dia 13.Nov.2020 fez 46 anos que Yasser Arafat discursou nas Nações Unidas. 


Só lendo, compreendemos porque, nos dias de hoje, é tão difícil encontrar todo o discurso traduzido para uma língua ocidental. O seguinte vídeo é uma versão censurada da Associated Press, uma agência de notícias internacional. Após o vídeo, a tradução para português do discurso completo e sem censura.

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09.Nov.2020


Palestina nas Nações Unidas
Discurso de Yasser Arafat
Nações Unidas, 13.Nov.1974
TRADUÇÃO


ONU: "Yasser Arafat, como Presidente do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, dirigiu-se à Assembleia Geral das Nações Unidas em 13.Nov.1974, durante o debate sobre a Palestina. A seguir está uma tradução do discurso, originalmente proferido em árabe.

Yasser Arafat: "- Senhor Presidente, agradeço por ter convidado a Organização para a Libertação da Palestina a participar da sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas. Agradeço a todos os representantes dos Estados membros das Nações Unidas que contribuíram para a decisão de introduzir a questão da Palestina como um item separado na Agenda desta Assembleia. Essa decisão tornou possível a resolução da Assembleia nos convidando a abordá-la sobre a questão da Palestina.

Esta é uma ocasião muito importante. A questão da Palestina está sendo re-examinada pelas Nações Unidas e consideramos essa medida uma vitória tanto para a organização mundial quanto para a causa de nosso povo. Indica, novamente, que as Nações Unidas de hoje não são as Nações do passado - assim como o mundo de hoje não é o mundo de ontem. As Nações Unidas, hoje, representam 138 nações, um número que reflete mais claramente a vontade da comunidade internacional. Assim, as Nações Unidas de hoje são mais capazes de implementar os princípios consagrados em sua Carta e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, bem como têm mais poderes para apoiar as causas da paz e da justiça.

Nosso povo agora está começando a sentir essa mudança. Junto com eles, os povos da Ásia, África e América Latina também sentem a mudança. Como resultado, as Nações Unidas adquirem maior estima tanto na visão de nosso povo quanto na visão de outros povos. Desta forma, nossa esperança é fortalecida de que as Nações Unidas possam contribuir ativamente para a busca e triunfo das causas da paz, justiça, liberdade e independência. Nossa decisão de construir um novo mundo é fortalecida - um mundo livre de colonialismo, imperialismo, neo-colonialismo e racismo em todas as suas formas, incluindo o sionismo.

Nosso mundo aspira à paz, justiça, igualdade e liberdade. Espera que as nações oprimidas, atualmente submetidas ao peso do imperialismo, possam ganhar sua liberdade e seu direito à autodeterminação. Espera colocar as relações entre as nações numa base de igualdade, coexistência pacífica, respeito mútuo pelos assuntos internos de cada um, garantia da soberania nacional, independência e unidade territorial com base na justiça e benefício mútuo. Este mundo resolve que os laços econômicos que o unem devem ser baseados na justiça, na paridade e no interesse mútuo. Ele aspira finalmente a direcionar seus recursos humanos contra o flagelo da pobreza, fome, doenças e calamidades naturais, para o desenvolvimento de capacidades científicas e técnicas produtivas para aumentar a riqueza humana - tudo isso na esperança de reduzir a disparidade entre os países em desenvolvimento e os países desenvolvidos. Mas todas essas aspirações não podem ser realizadas em um mundo que atualmente é governado por tensão, injustiça, opressão, discriminação racial e exploração, um mundo também ameaçado por desastres econômicos sem fim, guerras e crises.

Muitos povos - incluindo os do Zimbábue, Namíbia, África do Sul e Palestina, entre muitos outros, ainda são vítimas da opressão e da violência. Suas áreas do mundo estão tomadas por lutas armadas provocadas pelo imperialismo e pela discriminação racial. Essas, meras formas de agressão e terror, são exemplos de povos oprimidos obrigados por circunstâncias intoleráveis a um confronto com essa opressão. Mas onde quer que ocorra esse confronto, ele é legítimo e justo.

É imperativo que a comunidade internacional apoie esses povos em suas lutas, na promoção de suas causas legítimas e na conquista de seu direito à autodeterminação.

Na Indo-China, o povo ainda está exposto à agressão. Eles permanecem sujeitos a conspirações que os impedem de desfrutar da paz e da realização de seus objetivos. Embora os povos de todos os lugares tenham saudado os acordos de paz alcançados no Laos e no Vietnã do Sul, ninguém pode dizer que a paz genuína foi alcançada, pois as forças responsáveis - em primeiro lugar - pela agressão, estão decididas a que o Vietnã permaneça em estado de perturbação e guerra. O mesmo pode ser dito da atual agressão militar contra o povo do Camboja. Portanto, é responsabilidade da comunidade internacional apoiar esses povos oprimidos e também condenar os opressores por seus desígnios contra a paz. Além disso, apesar da posição positiva assumida pela República Democrática da Coreia no que diz respeito a uma solução pacífica e justa para a questão coreana, ainda não existe um assentamento para essa questão.

Há alguns meses, o problema de Chipre eclodiu violentamente diante de nós. Todos os povos em todos os lugares compartilharam do sofrimento dos cipriotas. Pedimos que as Nações Unidas continuem seus esforços para alcançar uma solução justa em Chipre, poupando assim os cipriotas de novas guerras e garantindo-lhes paz e independência. Sem dúvida, porém, a consideração da questão de Chipre pertence tanto aos problemas do Oriente Médio quanto aos do Mediterrâneo.

Em seus esforços para substituir um sistema econômico mundial antiquado, mas ainda dominante - por um novo, mais logicamente racional - os países da Ásia, África e América Latina enfrentam ataques implacáveis a esses esforços. Esses países expressaram suas opiniões na sessão especial da Assembleia Geral sobre matérias-primas e desenvolvimento. Assim, o saque, a exploração e o desvio da riqueza dos povos empobrecidos devem ser encerrados imediatamente. Não deve haver dissuasão dos esforços dessas pessoas para desenvolver e controlar sua riqueza. Além disso, existe uma grande necessidade de se chegar a preços justos para as matérias-primas desses países.

Além disso, esses países continuam a ser prejudicados na realização de seus objetivos primários formulados na Conferência sobre o Direito do Mar, em Caracas, na Conferência da População e na Conferência da Alimentação de Roma. As Nações Unidas devem, portanto, envidar todos os esforços para conseguir uma alteração radical do sistema econômico mundial, possibilitando que os países em desenvolvimento avancem rapidamente. As Nações Unidas devem se opor com firmeza às forças que tentam colocar a responsabilidade pela inflação sobre os ombros dos países em desenvolvimento, especialmente os países produtores de petróleo. As Nações Unidas devem condenar firmemente todas as ameaças feitas contra esses países simplesmente porque exigem seus justos direitos.

A corrida armamentista mundial não mostra sinais de enfraquecimento. Como conseqüência, o mundo inteiro está ameaçado com a dispersão de suas riquezas e o desperdício total de suas energias. A violência armada é mais provável em todos os lugares. Os povos esperam que as Nações Unidas se dediquem obstinadamente a pôr fim à corrida aos armamentos; converter as vastas somas gastas em tecnologia militar até que se atinja o estágio em que as armas nucleares são destruídas e os recursos vão para projetos de desenvolvimento, para aumentar a produção e para beneficiar o mundo.

E ainda assim, a maior tensão existe em nossa parte do mundo. Lá, a entidade sionista se apega tenazmente ao território árabe ocupado; a entidade sionista está segurando os territórios árabes que ocupou e persistindo em suas agressões contra nós. Novos preparativos militares estão sendo feitos febrilmente. Isso antecipa outra... 5ª guerra de agressão a ser lançada contra nós. Tais sinais correspondem o mais próximo possível de observação, uma vez que há uma grande probabilidade de que esta guerra proibiria a destruição nuclear e aniquilação cataclísmica.

O mundo precisa de enormes esforços para que suas aspirações à paz, liberdade, justiça, igualdade e desenvolvimento sejam realizadas, para que sua luta seja vitoriosa sobre o colonialismo, imperialismo, neo-colonialismo e racismo em todas as suas formas, incluindo o sionismo . Somente por meio de tais esforços pode-se dar forma efetiva às aspirações de todos os povos, inclusive às aspirações dos povos cujos Estados se opõem a tais esforços. É esse caminho que leva ao cumprimento dos princípios enfatizados pela Carta das Nações Unidas e pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Se o status quo fosse simplesmente mantido, entretanto, o mundo estaria exposto aos mais perigosos conflitos armados, além das calamidades econômicas, humanas e naturais.
Apesar das crises mundiais duradouras, apesar dos poderes das trevas e do atraso com que afligem o mundo, vivemos em uma época de mudanças gloriosas. Uma velha ordem mundial está desmoronando diante de nossos olhos, à medida que o imperialismo, o colonialismo, o neo-colonialismo e o racismo, cuja forma principal é o sionismo, inevitavelmente perecem. Estamos testemunhando uma grande onda da história levando os povos a um novo mundo que eles criaram. Nesse mundo, as causas justas triunfarão. Disso estamos confiantes.

A questão da Palestina é crucial entre aquelas causas justas lutadas irrestritamente pelas massas que trabalham sob o imperialismo e a opressão. Estou ciente de que, se tenho a oportunidade de me dirigir à Assembleia Geral, também deve ser dada a oportunidade a todos os movimentos de libertação que lutam contra o racismo e o imperialismo. Em seus nomes, em nome de cada ser humano que luta pela liberdade e autodeterminação, exorto a Assembleia Geral a dar urgentemente às suas causas justas a mesma atenção que a Assembleia Geral tão justamente deu à nossa causa. Uma vez concedido esse reconhecimento, haverá uma base segura para a preservação da paz universal. Pois somente com essa paz uma nova ordem mundial perdurará em que os povos possam viver livres da opressão, do medo, da injustiça e da exploração. Como eu disse antes, esta é a verdadeira perspectiva para definir a questão da Palestina. Farei isso agora para a Assembleia Geral, mantendo firmemente em mente a perspectiva e o objetivo de uma ordem mundial vindoura.

Mesmo que hoje falemos nesta Assembleia Geral de uma tribuna internacional, também expressamos nossa fé na luta política e diplomática como complementos, como aprimoramentos da luta armada. Além disso, expressamos nosso apreço pelo papel que as Nações Unidas são capazes de desempenhar na solução de problemas de âmbito internacional. Mas essa capacidade, disse há pouco, só se tornou real depois que as Nações Unidas se acomodaram à realidade viva de povos aspirantes, aos quais essa organização internacional deve obrigações singulares.

Ao dirigir-se à Assembléia Geral hoje, nosso povo proclama sua fé no futuro, livre das tragédias do passado ou das limitações do presente. Se, ao discutirmos o presente, alistamos o passado em nosso serviço, o fazemos apenas para iluminar nossa jornada para o futuro ao lado de outros movimentos de libertação nacional. Se voltarmos agora às raízes históricas de nossa causa, o faremos porque, presentes neste exato momento em nosso meio, estão aqueles que, enquanto ocupam nossas casas, seu gado pastoreia em nossos pastos e suas mãos arrancam os frutos de nossas árvores, afirmam ao mesmo tempo que somos fantasmas sem existência, sem tradições, ou futuro. Falamos das nossas raízes também porque até recentemente algumas pessoas consideravam - e continuam a considerar - o nosso problema apenas como um problema de refugiados. Eles retrataram a questão do Oriente Médio como pouco mais do que uma disputa de fronteira entre os estados árabes e a entidade sionista. Imaginaram que nosso povo reivindica direitos que não são seus de direito e não luta nem com lógica, nem motivos legítimos, com o simples desejo de perturbar a paz e aterrorizar os outros. Pois existem entre vocês - e aqui me refiro aos Estados Unidos da América e outros semelhantes - aqueles que abastecem nosso inimigo livremente com aviões e bombas e com toda variedade de armas assassinas. Eles assumem posições hostis contra nós, distorcendo deliberadamente a verdadeira essência do problema. Tudo isso é feito não apenas às nossas custas, mas às custas do povo americano e seu bem-estar e da amizade que continuamos a esperar possa ser cimentada entre nós e este grande povo, cuja história de luta pelo bem de liberdade e a unidade de seus territórios que honramos e saudamos.

Não posso, agora, abrir mão desta oportunidade de apelar desta tribuna, diretamente ao povo americano, pedindo-lhes que dêem seu apoio ao nosso povo heróico e lutador. Peço-lhes de todo o coração que endossem o direito e a justiça, para relembrar George Washington, o heróico Washington, cujo propósito era a liberdade e independência de sua nação; Abraham Lincoln, campeão dos destituídos e miseráveis; e também Woodrow Wilson, cuja doutrina dos 14 Pontos permanece subscrita para e venerado por nosso povo. Pergunto ao povo americano se as demonstrações de hostilidade e inimizade ocorrendo fora deste grande salão refletem a verdadeira intenção da vontade da América. Qual é, pergunto-lhe francamente, o crime do povo da Palestina contra o povo americano? Por que você luta contra nós? Isso realmente atende aos seus interesses? Isso serve aos interesses das massas americanas? Não definitivamente NÃO. Só posso esperar que o povo americano se lembre de que sua amizade com toda a nação árabe é muito grande, muito duradoura e muito gratificante para que tais demonstrações possam prejudicá-la.

Em qualquer caso, ao concentrar nossa discussão sobre a questão da Palestina em raízes históricas, o fazemos porque acreditamos que qualquer questão que agora exerce a preocupação do mundo deve ser vista radicalmente, no verdadeiro sentido da palavra, se uma solução real for alguma vez para ser agarrada. Propomos esta abordagem radical como um antídoto para uma abordagem das questões internacionais que obscurece as origens históricas por trás da ignorância, negação e uma obediência servil ao fato consumado.

As raízes da questão palestina remontam aos anos finais do Séc. XIX; em outras palavras, àquele período que chamamos de era do colonialismo e assentamento e da transição para as vésperas do imperialismo. Foi quando nasceu o plano imperialista sionista: seu objetivo era a conquista da Palestina pela imigração européia, assim como os assentadores colonizaram e de fato, invadiram a maior parte da África. Este é o período durante o qual, emanando do Ocidente, o colonialismo se espalhou até os confins da África, Ásia e América Latina, construindo colônias por toda parte, explorando cruelmente, oprimindo, saqueando os povos daqueles 3 continentes. Este período persiste até o presente. A evidência marcante de sua presença totalmente condenável pode ser facilmente percebida no racismo praticado tanto na África do Sul quanto na Palestina.

Assim como o colonialismo e os assentadores dignificaram suas conquistas, seus saques e ataques ilimitados aos nativos da África e em outros lugares, com apelos a uma "missão civilizadora", também ondas de imigrantes sionistas disfarçaram seus propósitos ao conquistar a Palestina. Assim como o colonialismo usou religião, cor, raça e língua para justificar a exploração do povo e sua cruel subjugação pelo terror e discriminação, também foram esses métodos empregados quando a Palestina foi usurpada e seu povo expulso de sua pátria nacional.

Assim como o colonialismo usou os miseráveis, os pobres e os explorados como mera matéria inerte para construir e levar a cabo o colonialismo assentador, também foram os destituídos, oprimidos judeus europeus empregados em nome do imperialismo mundial e da liderança sionista. Os judeus europeus foram transformados em instrumentos de agressão; eles se tornaram os elementos do colonialismo de assentamento e da discriminação racial.

A ideologia sionista foi utilizada contra nosso povo palestino: o objetivo não era apenas o estabelecimento do colonialismo de assentamento de estilo ocidental, mas também a separação dos judeus de suas várias terras natais e, subsequentemente, seu afastamento de suas nações. O sionismo é uma ideologia imperialista, colonialista, racista; é profundamente reacionário e discriminatório; está unido ao anti-semitismo em seus princípios e é o outro lado da mesma moeda. Pois, quando o que é proposto é que os adeptos da fé judaica - independentemente de sua residência nacional - não devam lealdade à sua terra natal, nem viver em pé de igualdade com seus outros cidadãos não judeus - quando isso é proposto, ouvimos que o anti-semitismo é proposto. Quando é proposto que a única solução para o problema judaico é que os judeus devem se alienar das comunidades, ou nações das quais fizeram parte histórica; quando é proposto que os judeus resolvam o problema judaico imigrando para e assentando a terra de outras pessoas pelo terrorismo e pela força, esta é exatamente a mesma atitude dos anti-semitas para com os judeus.

Assim, por exemplo, podemos compreender a estreita conexão entre Rhodes, que promoveu o colonialismo de assentamento no sudeste da Ásia; e Herzl, que tinha planos colonialistas para a Palestina. Tendo recebido um certificado de boa conduta de colono de Rodes, Herzl então se virou e apresentou este certificado ao governo britânico, esperando assim obter uma resolução formal de apoio à política sionista. Em troca, os sionistas prometeram à Grã-Bretanha uma base imperialista em solo palestino para que os interesses imperiais pudessem ser salvaguardados no principal ponto estratégico mais importante do Oriente Médio.

Assim, o movimento sionista aliou-se diretamente ao colonialismo mundial em um ataque comum às nossas terras. Permitam-me agora apresentar uma seleção de fatos históricos sobre esta aliança.

A invasão judaica da Palestina começou em 1881. Antes que a 1ª grande onda de assentadores começasse a chegar, a Palestina tinha uma população de meio milhão, a maioria deles muçulmanos, ou cristãos e cerca de 10.000 judeus. Cada setor da população desfrutava da tolerância religiosa característica de nossa civilização.

A Palestina era então uma terra verdejante, habitada por um povo árabe que estava construindo sua vida e enriquecendo sua cultura indígena.

Entre 1882 e 1917, o movimento sionista assentou aproximadamente 50.000 judeus europeus em nossa terra natal. Para isso, recorreu a malandragem e engano para plantá-los em nosso meio. Seu sucesso em fazer com que a Grã-Bretanha emitisse a Declaração Balfour demonstrou a aliança entre o sionismo e o colonialismo. Além disso, ao prometer ao movimento sionista o que não lhe cabia dar, a Grã-Bretanha mostrou o quão opressor era o domínio do colonialismo. Como foi então constituída, a Liga das Nações abandonou nosso povo árabe e as garantias e promessas de Wilson foram em vão. Sob o disfarce de um mandato, o colonialismo britânico foi cruel e diretamente imposto sobre nós. O documento de mandato emitido pela Liga das Nações era para permitir que os invasores sionistas consolidassem seus ganhos em nossa pátria.

Em 30 anos, o movimento sionista conseguiu, em colaboração com seu aliado colonialista, estabelecer mais judeus europeus na terra, usurpando assim as propriedades dos árabes palestinos.

Em 1947, o número de judeus havia chegado a 600.000; eles possuíam menos de 6% das terras aráveis palestinas. O número deve ser comparado com a população [árabe] da Palestina, que na época era de 1.250.000.

Como resultado do conluio entre o poder obrigatório e o movimento sionista e com o apoio dos Estados Unidos, esta Assembleia Geral no início de sua história aprovou uma recomendação para dividir nossa pátria palestina. Isso aconteceu em 30.Nov.1947, em um ambiente de ações questionáveis e forte pressão. A Assembleia Geral dividiu o que não tinha o direito de dividir - uma pátria indivisível. Quando rejeitamos essa decisão, nossa posição correspondia à da mãe verdadeira que se recusou a permitir que Salomão cortasse seu filho em dois quando a outra mulher reivindicou o filho como seu. Além disso, embora a resolução da partição tenha concedido aos colonos coloniais 54% das terras da Palestina, sua insatisfação com a decisão os levou a travar uma guerra de terror contra a população árabe civil. Eles ocuparam 81% da área total da Palestina, desenraizando um milhão de árabes. Assim, eles ocuparam 524 cidades e aldeias árabes, das quais destruíram 385, destruindo-as completamente no processo. Depois de fazer isso, eles construíram seus próprios assentamentos e colônias nas ruínas de nossas fazendas e bosques. As raízes da questão da Palestina estão aqui. Suas causas não decorrem de nenhum conflito entre duas religiões, ou dois nacionalismos. Também não é um conflito de fronteira entre estados vizinhos. É a causa de pessoas privadas de sua pátria, dispersas e desenraizadas, a maioria das quais vive no exílio e em campos de refugiados.

Com o apoio das potências imperialistas e colonialistas, encabeçadas pelos Estados Unidos da América, esta entidade sionista conseguiu ser aceite como membro das Nações Unidas. Conseguiu ainda obter a exclusão da questão da Palestina da Agenda das Nações Unidas e enganar a opinião pública mundial ao apresentar nossa causa como um problema de refugiados que precisam de caridade de benfeitores, ou assentamento, em uma terra que não é a deles.

Não satisfeito com tudo isso, o Estado racista, fundado na concepção imperialista-colonialista, transformou-se em base do imperialismo e em arsenal de armas. Isso lhe permitiu assumir seu papel de subjugar o povo árabe e de cometer agressão contra ele, a fim de satisfazer suas ambições de expansão na Palestina e em outras terras árabes. Além dos muitos casos de agressão cometidos por esta entidade contra os estados árabes, ela lançou 2 guerras em grande escala, em 1956 e 1967, colocando assim a paz e a segurança mundiais em perigo.

Como resultado da agressão sionista em Jun.1967, o inimigo ocupou o Sinai egípcio até o Canal de Suez. O inimigo ocupou as Colinas de Golã da Síria, além de todas as terras palestinas a oeste do Jordão. Todos esses desenvolvimentos levaram à criação em nossa área do que ficou conhecido como o "Problema do Oriente Médio". A situação foi agravada pela persistência do inimigo em manter sua ocupação ilegal e em consolidá-la ainda mais, estabelecendo assim uma ponta-de-lança para o impulso do imperialismo mundial contra nossa nação árabe. Todas as decisões do Conselho de Segurança e pedidos da opinião pública mundial para a retirada das terras ocupadas em Jun.1967, foram ignorados. Apesar de todos os esforços pacíficos e diplomáticos em nível internacional, o inimigo não foi dissuadido de sua política expansionista. A única alternativa aberta às nossas nações árabes, principalmente Síria e Egito, era despender esforços exaustivos para se preparar, em primeiro lugar, para resistir a esta invasão armada bárbara pela força e, em segundo lugar, para libertar as terras árabes e restaurar os direitos do povo palestino, depois que todos os outros meios pacíficos falharam.

Nessas circunstâncias, a 4ª guerra estourou em Out.1973, trazendo para o inimigo sionista a falência de sua política de ocupação e expansão e sua confiança no conceito de poderio militar. Apesar de tudo isso, os líderes da entidade sionista estão longe de ter aprendido qualquer lição com sua experiência. Estão se preparando para a 5ª guerra, recorrendo mais uma vez à linguagem da superioridade militar, da agressão, do terrorismo, da subjugação e, finalmente, sempre para a guerra no trato com os árabes.

Dói muito nosso povo testemunhar a propagação do mito de que sua pátria era um deserto até que floresceu pelo trabalho de assentadores estrangeiros; que era uma terra sem povo e que a entidade assentadora não causou dano a nenhum ser humano. Não, essas mentiras devem ser expostas nesta tribuna, pois o mundo deve saber que a Palestina foi o berço das mais antigas culturas e civilizações. Seu povo árabe se dedicava à agricultura e à construção, espalhando cultura por todo o país há milhares de anos, dando o exemplo na prática da tolerância religiosa e da liberdade de culto, agindo como fiel guardião dos lugares sagrados de todas as religiões. Como filho de Jerusalém, guardo para mim e para meu povo belas memórias e imagens vívidas da fraternidade religiosa que era a marca registrada de nossa Cidade Santa antes de sucumbir à catástrofe. Nosso povo continuou a seguir essa política iluminada até o estabelecimento do estado de Israel e sua dispersão. Isso não impediu nosso povo de exercer seu papel humanitário em solo palestino. Nem permitirão que suas terras se tornem uma plataforma de lançamento para a agressão, ou um campo racista para a destruição da civilização, cultura, progresso e paz. Nosso povo não pode deixar de manter a herança de seus ancestrais na resistência aos invasores, em assumir a tarefa privilegiada de defender sua terra natal, sua nacionalidade árabe, sua cultura e civilização e de salvaguardar o berço das religiões monoteístas.

Em contraste, precisamos apenas mencionar brevemente alguns exemplos das atitudes racistas de Israel: seu apoio à Organização do Exército Secreto na Argélia, seu apoio aos colonos colonizadores na África - seja no Congo, Angola, Moçambique, Zimbábue, Rodésia, ou África do Sul - e seu apoio ao Vietnã do Sul contra a revolução do Vietnã. Pode-se também mencionar o apoio contínuo de Israel ao imperialismo em todos os lugares, sua posição obstrucionista no Comitê dos 24, sua recusa em votar em apoio à independência dos Estados africanos e sua oposição às demandas de muitas Nações asiáticas, africanas e latino-americanas e vários outros estados nas conferências sobre matérias-primas, população, lei do mar e alimentos. Todos esses fatos oferecem mais uma prova do caráter do inimigo que usurpou nossa terra. Eles justificam a luta honrosa que estamos travando contra ele. Enquanto defendemos uma visão do futuro, nosso inimigo mantém os mitos do passado.

O inimigo que enfrentamos tem um longo histórico de hostilidade até mesmo contra os próprios judeus, pois existe dentro da entidade sionista uma terrível discriminação racial contra os judeus orientais. Enquanto condenávamos veementemente os massacres de judeus sob o domínio nazista, a liderança sionista parecia mais interessada na época em explorá-los da melhor maneira possível para cumprir seu objetivo de imigração para a Palestina.

Se a imigração de judeus para a Palestina tivesse como objetivo permitir que vivessem lado a lado conosco, gozando dos mesmos direitos e assumindo os mesmos deveres, teríamos aberto nossas portas a eles, na medida da capacidade de nossa pátria para absorção permitida. Tal foi o caso com os milhares de armênios e circassianos que ainda vivem entre nós em igualdade de irmãos e cidadãos. Mas ninguém pode exigir que nos submetamos, ou aceitemos, que o objetivo dessa imigração seja usurpar nossa pátria, dispersar nosso povo e nos transformar em cidadãos de segunda classe. Portanto, desde o seu início, nossa revolução não foi motivada por fatores raciais, ou religiosos. Seu alvo nunca foi o judeu, como pessoa, mas o sionismo racista e a agressão. Nesse sentido, a nossa é também uma revolução para o judeu, como ser humano. Estamos lutando para que judeus, cristãos e muçulmanos vivam em igualdade, gozando dos mesmos direitos e assumindo os mesmos deveres, livres de discriminação racial ou religiosa.

a) a) Nós distinguimos entre Judaísmo e Sionismo. Enquanto mantemos nossa oposição ao movimento sionista colonialista, respeitamos a fé judaica. Hoje, quase um século após o surgimento do movimento sionista, desejamos alertar sobre seu perigo crescente para os judeus do mundo, para nossos povos árabes e para a paz e segurança mundiais. Pois o sionismo encoraja o judeu a emigrar de sua terra natal e concede-lhe uma nacionalidade artificial. Os sionistas continuam com suas atividades destrutivas, embora estas tenham se mostrado ineficazes. O fenômeno da emigração constante de Israel, que tende a crescer à medida que caem os bastiões do colonialismo e do racismo no mundo, é um exemplo da inevitabilidade do fracasso de tais atividades.

b) b) Instamos as pessoas e governos do mundo a permanecer firmes contra as tentativas sionistas de encorajar os judeus mundiais a emigrar de seus países e usurpar nossa terra. Nós os exortamos também a se oporem firmemente a qualquer discriminação contra qualquer ser humano, seja de religião, raça, ou cor.

c) Por que nosso povo e nossa pátria deveriam ser responsáveis pelos problemas da imigração judaica, se tais problemas existem na mente de algumas pessoas? Por que os apoiadores desses problemas não abrem seus próprios países, que são muito maiores, para absorver e ajudar esses imigrantes?

Aqueles que nos chamam de terroristas desejam impedir que a opinião pública mundial descubra a verdade sobre nós e veja a justiça em nossos rostos. Eles procuram esconder o terrorismo e a tirania de seus atos e nossa própria postura de autodefesa.

A diferença entre o revolucionário e o terrorista está na razão pela qual cada um luta. Pois quem defende uma causa justa e luta pela liberdade e libertação de suas terras dos invasores, assentadores  e colonos teria sido erroneamente chamado de terrorista; o povo americano em sua luta pela libertação dos colonialistas britânicos teria sido terrorista, a resistência europeia contra os nazistas seria terrorismo, a luta dos povos asiáticos, africanos e latino-americanos também seria terrorismo. Na verdade, é uma luta justa e adequada dos povos asiáticos, africanos e latino-americanos, consagrada pela Carta das Nações Unidas e pela Declaração dos Direitos do Homem. Quanto àqueles que lutam contra causas justas, aqueles que fazem a guerra para ocupar a pátria de outros e para saquear, explorar e colonizar seus povos - essas são as pessoas cujas ações devem ser condenadas, que devem ser chamadas de criminosos de guerra: pelos justos a causa determina o direito de lutar.

O terrorismo sionista que foi travado contra o povo palestino para expulsá-los de seu país e usurpar suas terras está registrado em seus documentos. Milhares de nosso povo foram assassinados em suas aldeias e cidades; dezenas de milhares de outras pessoas foram forçadas pelo fogo de rifle e artilharia a deixar suas casas e as safras que semearam nas terras de seus pais. Repetidamente, nossos filhos, mulheres e idosos foram expulsos e tiveram que vagar pelos desertos e escalar montanhas sem comida, ou água. Ninguém que em 1948 testemunhou a catástrofe que se abateu sobre os habitantes de centenas de vilas e cidades em Jerusalém, Jaffa, Lida, Ramleh e Galiléia - ninguém que foi testemunha dessa catástrofe jamais esquecerá a experiência, mesmo o apagão massivo  ter conseguido esconder esses horrores, pois escondeu os vestígios de 385 vilas e cidades palestinas destruídas na época e apagadas do mapa. A destruição de 19 mil casas nos últimos 7 anos, o que equivale à destruição total de mais 200 aldeias palestinas e o grande número de mutilados em decorrência do tratamento a que foram submetidos nas prisões israelenses, não podem ser ocultados por nenhum apagão.

O terrorismo deles alimentou o ódio e esse ódio foi até dirigido contra a oliveira do meu país, que eles viam como um símbolo do nosso espírito, uma bandeira e que os fazia lembrar os habitantes indígenas da terra, uma lembrança viva de que a terra é palestino. Conseqüentemente, eles a arrancaram, ou mataram por negligência, ou a usaram como lenha. Como descrever a declaração de Golda Meir na qual ela expressa sua inquietação sobre "as crianças palestinas que nascem todos os dias"? Eles vêem na criança palestina, na árvore palestina, um inimigo que deve ser exterminado. Por dezenas de anos, os sionistas perseguiram os líderes culturais, políticos, sociais e artísticos de nosso povo, aterrorizando-os e assassinando-os. Eles roubaram nosso patrimônio cultural, nosso folclore popular e os reivindicaram como seus. O terrorismo deles atingiu até mesmo nossos lugares sagrados em nossa amada cidade de paz, Jerusalém. Eles se empenharam em privá-lo de seu caráter árabe (muçulmano e cristão), expulsando seus habitantes e anexando-o.

Não preciso me deter no incêndio da mesquita de al-Aqsa, no roubo dos tesouros da Igreja do Santo Sepulcro e na desfiguração de tantos aspectos de sua cultura e civilização. Jerusalém, com sua beleza e atmosfera impregnada de história, dá testemunho às sucessivas gerações de nosso povo que nela viveram, deixando em cada canto dela a prova de nossa presença eterna, de nosso amor por ela, de nossa civilização, de nossa valores HUMANOS. Portanto, não é surpreendente que sob seus céus, as 3 religiões tenham nascido e que sob esse céu essas 3 religiões brilharam para iluminar a humanidade para que ela pudesse expressar as tribulações e esperanças da humanidade e que pudesse marcar o caminho do futuro com suas esperanças.

O pequeno número de árabes palestinos que os sionistas não conseguiram desenraizar em 1948 são atualmente refugiados em seu próprio país. A lei israelense os trata como cidadãos de 2ª classe - até mesmo como cidadãos de 3ª classe, já que os judeus orientais são cidadãos de 2ª classe - e eles foram sujeitos a todas as formas de discriminação racial e terror após o confisco de suas terras e propriedades. Eles foram vítimas de massacres sangrentos como o de Kafr Qassim; eles foram expulsos de suas aldeias e negado o direito de retornar, como no caso dos habitantes de Iqrit e Kafr Bir'im. Por 26 anos, nossa população tem vivido sob a lei marcial e foi negada a liberdade de movimento sem permissão prévia do governador militar israelense - isso numa época em que uma lei israelense foi promulgada concedendo cidadania a qualquer judeu em qualquer lugar que quisesse emigrar para a nossa pátria. Além disso, outra lei israelense estipulava que os palestinos que não estavam presentes em suas aldeias, ou cidades, no momento em que foram ocupados, não têm direito à cidadania israelense.

O registro dos governantes israelenses está repleto de atos de terror perpetrados contra aqueles de nosso povo que permaneceram sob ocupação no Sinai e nas Colinas de Golã. O bombardeio criminoso da Escola Bahr al-Baqar e da fábrica de Abu Za'bal, no Egito, são apenas 2 desses atos inesquecíveis de terrorismo. A destruição da aeronave líbia é outro ato inesquecível. A destruição total da cidade de Quneitra é mais um exemplo tangível de terrorismo sistemático. Se um registro do terrorismo sionista no sul do Líbano fosse compilado - e esse terrorismo ainda continua - a enormidade de seus atos chocaria até os mais endurecidos: pirataria, bombardeios, terra arrasada, destruição de centenas de casas, despejo de civis e o sequestro de cidadãos libaneses. Isso constitui claramente uma violação da soberania libanesa e está em preparação para o desvio das águas do rio Litani.

É necessário lembrar a esta Assembleia as inúmeras resoluções por ela aprovadas condenando as agressões israelenses cometidas contra os países árabes, as violações israelenses dos direitos humanos e os artigos das Convenções de Genebra, bem como as resoluções relativas à anexação da cidade de Jerusalém e sua restauração ao seu status anterior?

A única descrição desses atos é que são atos de barbárie e terrorismo. No entanto, os racistas e colonialistas sionistas têm a ousadia de descrever a luta justa de nosso povo como terror. Poderia haver uma distorção da verdade mais flagrante do que esta? Pedimos àqueles que usurparam nossa terra, que estão cometendo atos assassinos de terrorismo contra nosso povo e praticando discriminação racial de forma mais ampla do que os racistas da África do Sul, pedimos que tenham em mente a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas que exigia a expulsão da África do Sul das Nações Unidas. Esse é o destino inevitável de todo país racista que adota a lei da selva, usurpa a pátria de outros e oprime seu povo.

Nos últimos 30 anos, nosso povo teve que lutar contra a ocupação britânica e a invasão sionista, ambas com uma intenção, ou seja, a usurpação de nossa terra. 6 grandes revoltas e dezenas de levantes populares foram encenadas para frustrar essas tentativas, para que nossa pátria pudesse permanecer nossa. Mais de 30.000 mártires - o equivalente em termos comparativos a 6 milhões de americanos - morreram no processo.

Quando a maioria do povo palestino foi arrancada de sua terra natal em 1948, a luta palestina pela autodeterminação continuou, apesar dos esforços para destruí-la. Tentamos todos os meios possíveis para continuar nossa luta política para alcançar nossos direitos nacionais, mas sem sucesso. Enquanto isso, tínhamos que lutar pela existência absoluta. Mesmo no exílio, educamos nossos filhos. Tudo isso fazia parte da tentativa de sobrevivência.

O povo palestino produziu milhares de engenheiros, médicos, professores e cientistas que participaram ativamente do desenvolvimento dos países árabes que fazem fronteira com sua pátria usurpada. Eles utilizaram sua renda para ajudar os jovens e os idosos que não podiam deixar os campos de refugiados. Eles educaram seus irmãos e irmãs mais novos, apoiaram seus pais e cuidaram de seus filhos. O tempo todo o palestino sonhou com o retorno. Nem a lealdade do palestino à Palestina, nem sua determinação de retornar diminuíram; nada poderia persuadi-lo a abandonar sua identidade palestina, ou a abandonar sua pátria. A passagem do tempo não o fez esquecer, como alguns esperavam que fizesse. Quando nosso povo perdeu a fé na comunidade internacional que persistia em ignorar seus direitos e quando ficou claro que os palestinos não recuperariam um centímetro da Palestina por meios exclusivamente políticos, nosso povo não teve escolha a não ser recorrer à luta armada. Nessa luta despejou seus recursos materiais e humanos e a flor de sua juventude. Enfrentamos corajosamente os atos mais cruéis do terrorismo israelense, que visavam desviar nossa luta e detê-la.

Nos últimos 10 anos de nossa luta, milhares de mártires e o dobro de feridos, mutilados e presos foram oferecidos em sacrifício, tudo em um esforço para resistir à ameaça iminente de liquidação, para recuperar o direito à auto-determinação e nosso direito para voltar à nossa pátria. Com a maior dignidade e o mais admirável espírito revolucionário, nosso povo palestino não perdeu seu espírito, nem nas prisões e nos campos de concentração israelenses, nem na grande prisão da ocupação israelense. O povo luta pela existência absoluta e continua a se esforçar para preservar o caráter árabe de sua terra. Assim, eles resistem à opressão, à tirania e ao terrorismo em suas formas mais sombrias.

É através da revolução armada de nosso povo que nossa liderança política e nossas instituições nacionais finalmente se cristalizaram e um movimento de libertação nacional, compreendendo todas as facções, organizações e capacidades palestinas, se materializou na Organização para a Libertação da Palestina.

Por meio de nosso movimento militante de libertação nacional da Palestina, a luta de nosso povo amadureceu e cresceu o suficiente para acomodar a luta política e social, além da luta armada. A Organização para a Libertação da Palestina foi um fator importante na criação de um novo indivíduo palestino, qualificado para moldar o futuro de nossa Palestina, não apenas contente em mobilizar os palestinos para os desafios do presente.

A Organização para a Libertação da Palestina pode se orgulhar de ter um grande número de atividades culturais e educacionais, mesmo quando engajada na luta armada e em uma época em que enfrentou os golpes cada vez mais violentos do terrorismo sionista. Estabelecemos institutos de pesquisa científica, desenvolvimento agrícola e bem-estar social, bem como centros de revitalização de nossa herança cultural e preservação de nosso folclore. Muitos poetas, artistas e escritores palestinos enriqueceram a cultura árabe em particular e a cultura mundial em geral. Suas obras profundamente humanas conquistaram a admiração de todos aqueles que os conhecem. Em contraste com isso, nosso inimigo tem sistematicamente destruído nossa cultura e disseminado ideologias racistas e colonialistas; enfim, tudo o que impede o progresso, a justiça, a democracia e a paz.

A Organização para a Libertação da Palestina conquistou sua legitimidade por causa do sacrifício inerente ao seu papel pioneiro e também por causa de sua liderança dedicada na luta. Essa legitimidade também foi concedida pelas massas palestinas, que em harmonia com ela, a escolheram para liderar a luta de acordo com suas diretrizes. A Organização para a Libertação da Palestina também ganhou legitimidade ao representar todas as facções, sindicatos, ou grupos, bem como todos os talentos palestinos, seja no Conselho Nacional, ou nas instituições do povo. Essa legitimidade foi ainda mais reforçada pelo apoio de toda a nação árabe que a apóia e ainda consagrada durante a última Conferência de Cúpula Árabe, que afirmou o direito da Organização para a Libertação da Palestina, em sua qualidade de única representante do povo palestino, de estabelecer uma autoridade nacional independente em todo o território palestino libertado.

Além disso, a legitimidade da Organização para a Libertação da Palestina foi intensificada como resultado do apoio fraternal dado por outros movimentos de libertação e por nações amistosas e de mesma opinião que estiveram ao nosso lado, encorajando-nos e ajudando-nos em nossa luta para garantir nossos direitos nacionais.

Também aqui devo transmitir calorosamente a gratidão dos nossos lutadores revolucionários e do nosso povo pelas honrosas atitudes adotadas pelos países não alinhados, os países socialistas, os países islâmicos, os países africanos e os países europeus amigos, bem como todos os nossos outros amigos na Ásia, África e América Latina.

A Organização para a Libertação da Palestina representa o povo palestino. Por isso, a Organização para a Libertação da Palestina expressa os desejos e esperanças de seu povo. Por causa disso, também traz esses desejos e esperanças diante de você, exortando-o a não se esquivar de uma importante responsabilidade histórica para com nossa justa causa.

Por muitos anos, nosso povo foi exposto à devastação da guerra, destruição e dispersão. Eles pagaram com o sangue de seus filhos aquilo que nunca pode ser compensado. Eles suportaram os fardos da ocupação, dispersão, despejo e terror mais do que qualquer outra pessoa. E, no entanto, tudo isso não tornou nosso povo nem vinditivo[?], nem vingativo. Nem nos fizeram recorrer ao racismo de nossos inimigos. Nem perdemos o verdadeiro método pelo qual amigo e inimigo são distinguidos.

Pois deploramos todos aqueles crimes cometidos contra os judeus; também deploramos toda a discriminação aberta e velada sofrida por eles por causa de sua fé.

Eu sou um rebelde e a liberdade é minha causa. Sei bem que muitos de vocês aqui presentes hoje estiveram exatamente na mesma posição de resistência que eu agora ocupo e da qual devo lutar. Uma vez você teve que converter sonhos em realidade por sua luta. Portanto, agora você deve compartilhar meu sonho. Acho que é exatamente por isso que posso pedir a vocês agora que ajudem, enquanto juntos transformamos nosso sonho em uma realidade brilhante, nosso sonho comum de um futuro pacífico na terra sagrada da Palestina.

Enquanto estava em um tribunal militar israelense, o revolucionário judeu Ehud Adiv disse: "Não sou terrorista; acredito que um estado democrático deveria existir nesta terra." Adiv agora definha em uma prisão sionista entre seus companheiros de fé. A ele e aos seus colegas, envio os meus votos mais sinceros.

E diante desses mesmos tribunais está hoje um bravo príncipe da igreja, o Arcebispo Capucci. Erguendo os dedos para formar o mesmo sinal de vitória usado por nossos lutadores pela liberdade, ele disse: "O que eu fiz, eu fiz para que todos os homens possam viver em paz nesta terra de paz." Este sacerdote principesco, sem dúvida, compartilhará o destino sombrio de Adiv. A ele enviamos nossas saudações e saudações.

Por que, portanto, não deveria sonhar e esperar? Pois a revolução não é a concretização de sonhos e esperanças? Portanto, trabalhemos juntos para que meu sonho seja realizado, para que eu possa voltar com meu povo do exílio, lá na Palestina para viver com esse judeu lutador pela liberdade e seus parceiros, com esse padre árabe e seus irmãos, em um estado democrático onde cristãos, judeus e muçulmanos vivem em justiça, igualdade, fraternidade.

Não é este um objetivo nobre e digno de minha luta ao lado de todos os amantes da liberdade em todos os lugares? Pois o mais admirável sobre esse objetivo é que ele é palestino, da terra da paz, da terra do martírio, do heroísmo e da história.

Vamos lembrar que os judeus da Europa e aqui nos Estados Unidos são conhecidos por liderar as lutas pelo secularismo e pela separação entre Igreja e Estado. Eles também são conhecidos por lutar contra a discriminação por motivos religiosos. Como podem rejeitar este programa humano e honrado pela Terra Santa, uma terra de paz e igualdade? Como podem continuar apoiando as nações mais fanáticas, discriminatórias e fechadas em sua política?

Na minha qualidade de presidente da Organização para a Libertação da Palestina e comandante da revolução palestina, proclamo diante de vocês que, quando falamos de nossas esperanças comuns para a Palestina de amanhã, incluímos em nossa perspectiva todos os Judeus que agora vivem na Palestina e que escolheram viver conosco ali em paz e sem discriminação.

Na minha qualidade de comandante das forças da Organização para a Libertação da Palestina, peço aos judeus que se afastem um a um das promessas ilusórias feitas a eles pela ideologia sionista e pela liderança israelense. Eles estão oferecendo aos judeus derramamento de sangue perpétuo, guerra sem fim e escravidão contínua.

Nós os convidamos a emergir em um reino mais aberto de livre escolha, longe dos esforços de sua liderança atual para implantar neles um complexo de Massada e torná-lo seu destino.

Oferecemos a eles a mais generosa solução - que devemos viver juntos em uma estrutura de paz justa em nossa Palestina democrática.

Na minha qualidade formal de Presidente da Organização para a Libertação da Palestina, anuncio aqui que não desejamos que uma gota de sangue judeu, ou árabe, seja derramado; tampouco nos deliciamos com a continuação dos assassinatos por um único momento, uma vez que uma paz justa, baseada nos direitos, esperanças e aspirações de nosso povo tenha sido finalmente estabelecida.

Na minha qualidade de Presidente da Organização para a Libertação da Palestina e comandante da revolução palestina, apelo a vocês para que acompanhem nosso povo em sua luta para alcançar seu direito à autodeterminação. Este direito está consagrado na Carta das Nações Unidas e tem sido repetidamente confirmado em resoluções adotadas por este augusto órgão desde a redação da Carta. Apelo a vocês, além disso, para ajudarem o nosso povo a retornar à sua pátria de um exílio involuntário imposto a ele pela força das armas, pela tirania, pela opressão, para que possamos recuperar nossa propriedade, nossa terra e depois viver em nosso Terra-lar nacional, livre e soberano, gozando de todos os privilégios da nacionalidade.

Apelo a vocês que permitam que nosso povo estabeleça sua autoridade nacional e estabeleça sua entidade nacional em seu próprio país.

Só então nosso povo será capaz de contribuir com todas as suas energias e recursos para o campo da civilização e da criatividade humana. Só então eles poderão proteger sua amada Jerusalém e torná-la, como fizeram por tantos séculos, o santuário de todas as religiões, livre de todo terrorismo e coerção.

Hoje eu vim carregando um ramo de oliveira e uma arma de lutador pela liberdade. Não deixe o ramo de oliveira cair da minha mão. Não deixe o ramo de oliveira cair da minha mão. Não deixe o ramo de oliveira cair da minha mão.

A guerra estourou na Palestina, mas é na Palestina que a paz nascerá."


terça-feira, 1 de julho de 2025

Carta de Trump para os "Queridos Rabis do Chabad-Lubavitch" - 29.Jun.2025


O compromisso de Trump com a agenda sionista é claro e transparente, nesta carta. O Presidente dos EUA usou diversos termos em hebraico, traduzidos pelo CDS entre [ ].


A Casa Branca
Washington - 29.Jun.2025


O Ohel
Cambria Heights, Nova York

Caros Rabinos de Chabad-Lubavitch,

Melania e eu temos a honra de enviar nossas saudações por ocasião do yahrtzeit [aniversário] do Rabi de Lubavitch, Rabino Menachem Mendel Schneerson...


... de abençoada memória, aos shluchim [emissários] de Chabad e aos milhões inspirados por ele em nosso país e ao redor do mundo.

Como afirmei em minha Proclamação sobre o Dia da Educação e Compartilhamento, EUA, o Rabi foi um dos líderes religiosos mais dinâmicos e influentes da história moderna, ajudando a lançar um renascimento da fé judaica nos dias sombrios que se seguiram ao Holocausto. Entre suas muitas conquistas, ele foi agraciado com a Medalha de Ouro do Congresso em reconhecimento ao seu tremendo impacto em nosso país.

Com o passar do tempo, suas muitas bênçãos só aumentaram. Seus ensinamentos foram uma inspiração fundamental para a reforma da justiça criminal, como visto na Lei do Primeiro Passo, e rabinos e rebetzins [esposa de um rabino] Chabad-Lubavitch administram uma série de instituições - sejam religiosas, educacionais ou sociais - que têm um tremendo impacto na vida espiritual americana.

Quando visitei o Ohel no aniversário dos terríveis ataques de 07.Out.2023, tirei força e inspiração do legado do Rabi. Quando Edan Alexander foi devolvido aos seus amorosos pais, no início deste ano, após uma provação inimaginável nas mãos do Hamas, todo o país sentiu o poder do Ohel e o exemplo duradouro do Rabi. Como é frequentemente citado no Talmud, o Rabi vivia pelo princípio de que, quando você salva uma vida, você salva um mundo inteiro.

Com grande força, determinação inabalável e muita oração, estou comprometido em restaurar a paz em todo o mundo, principalmente no Oriente Médio, como testemunhamos na semana passada, e em erradicar o ódio antissemita onde quer que ele apareça. Ao fazer isso, restauraremos nosso país à sua tradição de grandeza e inauguraremos uma nova Era de Ouro para o mundo inteiro. Este, acredito, é o legado do Rabi.

Atenciosamente,--FIM DA TRADUÇÃO


Artigos CDS sobre sionismo
Vídeos CDS sobre sionismo

segunda-feira, 16 de março de 2020

ROTHSCHILD NO BRASIL | Documento dos Arquivos da Família Rothschild revela história oculta do Brasil - tradução

Hoje sabemos que o Brasil é, de longe, o país mais rico do mundo. Como tão claramente é revelado neste documento guardado nos arquivos da Família Rothschild, o saque das riquezas do Brasil foi e ainda está sendo a principal fonte de riqueza e de poder da Família Rothschild, do distrito financeiro City of London, do próprio Império Britânico e, atualmente, de todo o sistema financeiro trans-nacional. A Nação Brasil e o povo brasileiro precisam despertar a sua memória para a real história do Brasil, de como a história do Brasil foi intencionalmente distorcida para demonizar Portugal e fazer da República Maçônica, a salvadora-da-Pátria... e ter noção do tamanho da riqueza que se encontra debaixo dos seus pés. Depois de lermos o seguinte documento, perguntamo-nos: o Brasil ainda deve alguma coisa à Família Rothschild? Quanto do Brasil pertence à Família Rothschild - incluindo o que está sendo administrado através de insuspeitáveis empresas e representantes financeiros, comerciais e legais da família?

A seguinte tradução contém comentários do tradutor (Daniel Simões) devidamente destacados em itálico, entre parêntesis retos e com fonte mais clara.

Nathan Mayer Rothschild e o Brasil: 
o papel de Samuel Phillips & Co
Roderick J. Barman analisa os altos e baixos do relacionamento de Nathan Mayer Rothschild com seu agente no Rio de Janeiro

Print do documento no site dos Arquivos da Família Rothschild

Em 18 de junho de 1812, JUDITH COHEN, recém-casada com Moses Montefiore, escreveu em seu diário: “Nesta noite também passeamos com minha irmã Hannah Rothschild e encontramos lá Esther e Samuel, que tiveram a gentileza de nos levar para casa em seu coche. O tempo tem estado chuvoso ”. Hannah, Judith e Esther eram todas filhas de Levi Barent Cohen, sobre as quais muito já foi escrito. Mas quem era "Samuel"? A resposta a essa pergunta lança uma luz considerável sobre os vínculos existentes entre Nathan Mayer Rothschild, marido de Hannah, e a comunidade empresarial judaica na Inglaterra e sobre como esses vínculos permitiram que ele estabelecesse conexões comerciais com o Brasil.

Print do vídeo "O início do Sionismo | O Movimento Sionista Internacional" do Canal Daniel Simões no Youtube, onde o Ministro Moshe Montefiore é mencionado.

Até meados do século XVIII, a comunidade judaica na Grã-Bretanha era composta em grande parte por pessoas de origem Sefardita, originárias das terras ao redor do Mediterrâneo. A partir do início da década de 1740, vários milhares de Ashkenazim, nativos da Europa Central e Oriental, chegaram à Grã-Bretanha. Entre esses migrantes - muitos deles pobres e com baixa escolaridade - estava Moshe ben Zanvil Pulvermacher, nascido na cidade de Krotoschin, sudeste de Pozen, depois nomeada Polônia prussiana. Na Inglaterra, onde chegou no início da década de 1760, com cerca de 18 anos, ficou conhecido como Moses Samuel. Ele construiu sua fortuna como comerciante, estabelecendo-se no East End de Londres. Piedoso e respeitável, ele se tornou um dos principais membros da Grande Sinagoga, sendo escolhido como Parnas (Diretor), em 1795. Ele se casou com Esther Phillips e o casal teve cerca de 10 filhos.


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Pequena Tabela Cronológica não incluída no texto traduzido 

1694, 27 de julho
Banco da Inglaterra (BI) | Fundação | O Banco da Inglaterra começa como um banco privado dos Rothschild que atua como banqueiro do Governo, principalmente para financiar o esforço de guerra contra a França. O rei e a rainha, William e Mary, são dois dos acionistas originais. A Carta Régia original, assinada pelo rei Guilherme III, explica que o Banco é fundado para "promover o bem público e o benefício do nosso povo".

1697-1701
1ª Corrida ao ouro dos tempos modernos começa com a mineração de Ouro no Brasil Início | A 1ª corrida do ouro leva ouro do Brasil para Londres, parcialmente transportado em navios pertencentes à Companhia das Índias Orientais. Esse ingresso de ouro levou à demanda por um cofre em Londres construído para esse fim, estabelecido pelo Banco da Inglaterra.

1703, 27 de Dezembro
Tratado de Methuen, ou Tratado de Panos e Vinhos | Tratado comercial (1703-1836) entre Portugal e a Inglaterra, onde aquele compraria tapeçarias desta e esta compraria vinhos daquele. A diferença de quantidade de produtos exportados – muito mais tecido era comprado por Portugal do que vinhos pela Inglaterra - fez com que Portugal entrasse numa crise imensa, gerando até fome. A única forma de pagar foi com o ouro vindo do Brasil, fazendo da Inglaterra o maior beneficiado com tal tratado e tornando Londres o novo centro financeiro europeu.

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O filho mais velho foi Samuel Moses Samuel, o 'Samuel' que foi casado com Esther Cohen. Samuel e seus 4 irmãos parecem ter se tornado comerciantes, a princípio, em parceria com o pai. Em 1805, o Diretório de Correios de Londres registra a empresa "Moses Samuel and Sons" no n° 1 Hammet Street, em Minories, Tower Hill. A posição da família foi atestada pelo casamento em 1802 de Hannah Samuel com Solomon Cohen, filho mais velho de Levi Barent Cohen e pelo casamento de Samuel Moses Samuel com Esther Cohen em 1803. Quando Moses Samuel se aposentou dos negócios e se estabeleceu em Bath, seus filhos continuaram a empresa como "Samuel Brothers, African Merchants" no n° 1 Hammet Street. No entanto, S. M. Samuel também dirigiu seu próprio negócio. Em fevereiro de 1812, ele forneceu a seu cunhado Nathan Mayer Rothschild, 261/2 dúzias de Vinho do Porto [vinho português, da cidade com o mesmo nome] vintage de 1804, 10 dúzias de Vinho da Madeira [vinho português, da Ilha da Madeira] maduro, um barril de Vinho da Madeira, um berço de criança, uma “Bíblia e Profecias com Anotações e Comentários” encadernada em 13 volumes e um “Conjunto Completo de Orações do Festival”. A conta desses itens heterogêneos chegou a £ 245 - 5s - 4d.


Vinho Madeira do século XVIII descoberto atrás de uma parede | Adega secreta descoberta em museu dos EUA. Parede falsa protegeu garrafas e garrafões durante a Lei Seca. Espólio pode valer 2,5 milhões e receita será usada para melhorar acessibilidades do museu.

O [vinho do] Porto e o [vinho da] Madeira que S. M. Samuel vendeu a Nathan Rothschild indicam que ele e a empresa de Samuel Bros estavam negociando com Portugal e suas colônias [o arquipélago da Madeira eram colônias de Portugal. Hoje são Regiões Autônomas ainda pertencentes a Portugal]. Foi precisamente essa conexão e a vontade de explorar novas oportunidades de negócios que explicam a criação da nova empresa da Samuel & Phillips. No final de 1807, os exércitos franceses invadiram Portugal, até então neutros nas guerras napoleônicas. Em vez de tentar resistir à invasão, a família real portuguesa, a corte e o governo embarcaram em uma frota no porto de Lisboa e cruzaram o Atlântico até o Rio de Janeiro, que se tornou a capital do Império Português. O Brasil deixou de ser uma colônia [o Brasil nunca foi colônia de Portugal: esta deficiente percepção histórica é iniciada pela Maçonaria desde, pelo menos, a Declaração da Independência do Brasil, em 1822]  e seus portos foram abertos para comercializar com Estados amigos, sobretudo com a Grã-Bretanha. Entre os comerciantes ingleses que se estabeleceram no Rio de Janeiro em 1808 estavam Denis (David) Moses Samuel, irmão mais novo de S.M. Samuel e Alfred (Abraham) Phillips, sobrinho de Esther Phillips Samuel.


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Pequena Tabela Cronológica não incluída no texto traduzido 

1797
França declara guerra à Grã-Bretanha | Quando uma pequena força francesa desembarcou na Grã-Bretanha continental, os temores de invasão se espalharam rapidamente.

1806
O primeiro cliente de Rothschild: o Príncipe-Eleitor de Hesse Cassel | Napoleão invade Hesse em resposta ao apoio de Guilherme IX à Prússia. No avanço do exército de Napoleão, Guilherme IX é forçado a se exilar no Ducado de Holstein. O dilema de como ocultar seus cofres das forças de ocupação é resolvido por Carl Friedrich Buderus (1759-1819), seu consultor financeiro, que recomenda que todas as suas ações sejam confiadas à Casa de Rothschild porque estariam em melhor posição para proteger seus fundos. Assim, o Prícipe-Eleitor confia parte de sua vasta fortuna a Mayer Amschel Rothschild (1744-1812 – Casa De Frankfurt) por segurança. Mayer redireciona este valor para seu filho, Nathan, em Londres e este investe £ 550.000 dos fundos do Wilhem IX em títulos e ouro do governo britânico. Esses investimentos revelam-se extremamente lucrativos e, quando Wilhem IX volta do exílio, os Rothschild já haviam acumulado consideráveis interesses. A reputação dos Rothschild de confiabilidade e gestão financeira astuta fica firmemente estabelecida.

1807
Casa Rothschild de Frankfurt trata de grande parte das extensas transações financeiras de Wilhem IX | Devido à influência de Buderus, - e até a expulsão do exército francês do eleitorado de Hesse em 1813 - Buderus, em nome de Wilhem IX, utiliza os serviços dos Rothschild para realizar discretamente transações financeiras em toda a Europa. Nestes primeiros anos do século XIX, Mayer Amschel Rothschild (1744-1812 – Casa De Frankfurt) consolida sua posição como principal banqueiro internacional para Wilhelm IX e começa a emitir seus próprios empréstimos internacionais, emprestando capital ao Landgrave. Ele também lucra com a importação de mercadorias, contornando o bloqueio continental de Napoleão. Como resultado dessas negociações, Mayer Amschel acumula uma fortuna considerável.

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Nathan Mayer Rothschild, 1853

A empresa criada por 2 jovens (Denis Samuel com 24 anos em 1808) prosperou. Em 1812, seus negócios eram tão consideráveis que exigiam a presença no Rio de um 3° irmão, James Samuel. Em 21 de Setembro, James escreveu de Portsmouth para Nathan Mayer Rothschild. Reconhecendo o recebimento de uma carta endereçada a Samuel & Phillips, ele observou: “Ficarei feliz no prazer de vê-lo antes da minha partida, com espera diária, com os melhores votos à Srª R, a você e à família.” De fato, os negócios entre Rothschild e Samuel & Phillips já estavam em andamento. No início de outubro, a empresa do Rio comprou 133 "portos” [vinho do Porto], moedas de ouro, no valor de £ 303, despachadas para Londres em uma lata [feita] de lata “pela Acct & Risk of N M. Rothschild”. No final de dezembro, Samuel & Phillips despacharam 19 barras de ouro, no valor de £ 1525. Foi nessa época que Rothschild começou a fornecer dinheiro para os exércitos britânicos no continente. O Brasil, com suas minas de ouro, era uma boa fonte para a espécie de que precisava. Para pagar as remessas feitas por Samuel & Phillips, Rothschild enviou às firmas letras de câmbio sacadas dos comerciantes britânicos e portugueses no Rio de Janeiro. Cada transação foi separada e com liquidação automática.

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Pequena Tabela Cronológica não incluída no texto traduzido 


1809
Rothschild fazem o primeiro negócio em lingotes de ouro | A Casa de Londres negocia com a Braunsberg & Co. de Amsterdã e Flushing, iniciando, assim, os trabalhos com ouro - comércio, refino e mineração de ouro, estendendo-se por quase 200 anos.

1814
Rothschild fornecem ouro para o Duque de Wellington, opositor de Napoleão Bonaparte | Nos anos finais das Guerras Napoleônicas, o Duque Wellington avança para o norte através da Espanha e empurra os franceses de volta aos Pireneus, mas precisa desesperadamente de dinheiro para pagar suas tropas. Os irmãos Rothschild estão espalhados pela Europa e Nathan Rothschild, que ainda é um recém-chegado ao banco britânico, é contratado pelo Governo de Inglaterra para fornecer ao Duque Wellington os fundos necessários e junto com seus irmãos, montar uma rede de agentes para comprar moedas e transferi-las para Wellington na forma de moeda local. A empresa de NM Rothschild & Sons é abordada, acredita-se, porque o Governo já havia falhado em estabelecer uma rede semelhante e havia sido derrubado por outras firmas londrinas mais estabelecidas. A pressão estava nos Rothschilds para ter sucesso.  Nathan entende que o sucesso nesse negócio pode levar, no futuro, a novas comissões importantes da Grã-Bretanha e seus aliados. Os irmãos Rothschild desenvolvem, então, uma rede incomparável de rotas secretas e correios rápidos.  Em um pós-escrito de uma carta de um mensageiro de Rothschild, John Roworth: “Sou informado pelo Commissary White que você fez bem pela informação adiantada que você teve da Vitória ganhou em Waterloo”. O correio e a rede de comunicações Rothschild ganham uma reputação justificável de velocidade e confiabilidade. A comissão de Waterloo sublinha o sucesso de uma empresa baseada em fortes laços familiares e uma rede de comunicações insuperável.

1815
Notícias da vitória inglesa em Waterloo chegam a New Court, City of London | "O melhor negócio que já fiz"- diz o próprio Nathan. O The Times (Dezembro de 1823) relata: "O Sr. Rothschild desempenhou um papel tão importante na história da geração atual que é muito provável que nunca venha a ser esquecido”. Nos últimos anos do Séc. XIX, alguns comentaristas até acreditam que Nathan Rothschild fez uma fortuna após Waterloo, agindo de acordo com seu conhecimento inicial da vitória e comprando no mercado com o conhecimento certo de que os estoques subiriam quando a vitória fosse confirmada. Alguns escritores declaram que Nathan estava realmente presente em Waterloo e pessoalmente havia trazido de volta as primeiras notícias da vitória, montando uma sucessão de cavalos pela Europa e cruzando o Canal da Mancha na calada da noite. Uma análise cuidadosa das finanças de Rothschild prova que esse não é o caso. Um milhão fora de Waterloo? Embora seja virtualmente parte da história inglesa que Nathan Mayer Rothschild (1777-1836 – Casa de Londres) tenha feito 'um milhão' ou 'milhões' de suas primeiras informações sobre a Batalha de Waterloo, a evidência é pequena: pouco mais, na verdade, do que a carta de Roworth para Nathan “ter feito bem”, reforçada por uma lenda persistente. Na ausência de registros contemporâneos no New Court, é impossível estimar o tamanho de seu ganho. Mas, conhecendo a estrutura do mercado, podemos concluir que, por mais que Nathan tenha saído de Waterloo, deve ter sido muito menos que um milhão de libras, quanto mais milhões. O impacto de Waterloo para os Rothschild. Para Wellington, Waterloo foi o culminar de uma longa campanha contra Napoleão: “Difícil de bater nisso, senhores. Vamos ver quem vai bater mais tempo” - foi a sua previsão para a batalha. Para Nathan Rothschild, cujos irmãos o viam como seu general comandante em sua própria campanha paralela durante as Guerras Napoleônicas, Waterloo sublinhou o sucesso de um plano de negócios construído com fortes laços familiares e uma rede de comunicações insuperável. “Eu, que o conheço tão bem e que no cumprimento de meu dever público recebi tanta ajuda dele, posso seguramente dizer que ele foi o mais capaz, hábil, correto e liberal em todo o curso de seu emprego como um todo agente do estado” - uma apreciação de John Herries (Comissário-chefe britânico na época de Waterloo) em relação a Nathan Rothschild.

1815 - 1835
Nathan Mayer Rothschild (1777-1836 – Casa de Londres) | NM Rothschild & Sons emite 26 empréstimos governamentais britânicos e estrangeiros

1818
NM Rothschild & Sons faz 1° grande negócio de empréstimos com 5% de empréstimo ao Governo Prussiano | Considerado por muitos como o verdadeiro precursor do empréstimo público que transformou o mercado internacional de capitais no Séc.  XIX. Embora os cinco filhos de Mayer Amschel Rothschild (1744-1812 – Casa De Frankfurt) tivessem arranjado muitos empréstimos para governos soberanos antes de 1818, a emissão de bônus prussiana de 5% de £ 5.000.000 foi a primeira de muitas emissões de títulos do governo seguindo esse modelo, que eram a base dos negócios da NM Rothschild & Sons em Londres até à 2ª Guerra Mundial e uma característica significativa dos negócios das outras casas bancárias de Rothschild em Paris, Frankfurt, Viena e Nápoles.

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Em meados de 1815, Samuel e Phillips haviam se tornado o agente correspondente de Rothschild no Brasil, mantendo uma conta permanente para transações entre a empresa e Rothschild, uma conta equilibrada no final do calendário anual. A partir da correspondência sobrevivente, fica claro que Denis Samuel era a figura dominante na empresa. Ele não tinha muita cultura, ou educação: seu estilo de escrita e ortografia eram erráticos na melhor das hipóteses, mas era enérgico, perspicaz e sem muito escrúpulo. Ele cultivou contatos estreitos com funcionários do governo do Rio, particularmente os do Tesouro, mantendo a casa aberta para eles e silenciosamente[??] proporcionando-lhes uma parcela dos lucros. Em fevereiro de 1816, Denis Samuel comentou com Nathan Mayer sobre “Os nossos Negócios do Governo, que em grande parte estão em nossas mãos". 2 meses depois, ele enviou a Rothschild uma letra de câmbio escrita pelo Tesouro Português a £ 701/2d por Mil Réis, £ 31/2d acima da taxa de câmbio vigente, obtendo um "ganho total a 5%".


Uma fatura para caixas de moedas de ouro ('Ports') enviadas do Brasil para a Inglaterra por Samuel & Phillips no paquete Diana, 1815

Nas negociações com Rothschild, Samuel & Phillips era respeitosos e obedientes. A empresa sempre foi "gratificada" e "honrada" por receber as cartas de Nathan Mayer e cumprir seus pedidos. "A maneira bonita de oferecer espontaneamente sua garantia colossal de nossa empresa está indelevelmente marcada em nossa mente." A empresa sofreu as repreensões de Rothschild humildemente, sempre cedendo aos seus desejos. Ao mesmo tempo, tentava constantemente obter informações privilegiadas de Rothschild e aumentar seus favores. O relacionamento comercial era aquele em que a Samuel & Phillips enviava espécie e pó de ouro e colecionava contas escritas no Rio que Rothschild havia descontado, remetendo os lucros sob a forma de boas contas para a Inglaterra. O negócio era mutuamente lucrativo e cresceu em tamanho e intensidade na década após 1815.

Em meados de 1818, Alfred Phillips voltou para casa na Inglaterra, onde se casou com sua prima Rebecca, uma das filhas de Moses Samuel. Ele levou consigo a empresa Samuel & Phillips, que conduzia negócios no n° 8 South Street, Finsbury. No Rio, foi criada uma nova empresa, Samuel Phillips & Co., com James Samuel sendo admitido como sócio. (Essa mudança tem sido compreensivelmente motivo de muita confusão, não apenas para os historiadores, mas também para os contemporâneos, principalmente porque o "Samuel" em "Samuel Phillips & Co." era e é frequentemente considerado como um primeiro nome). A mudança posterior ocorreu em junho de 1820, quando Joshua Samuel, mais um dos irmãos, chegou ao Rio para trabalhar na Samuel Phillips & Co. Uma carta pessoal que ele enviou a Nathan Mayer Rothschild esclarece a estreita relação existente entre os dois homens. "Com os melhores cumprimentos à Srª Rothschild, a você e à família em que imploro incluir a respeitável família dos Montefiores [Judith e Moisés] e o círculo em volta da sua hospitaleira mesa". Em outra carta pessoal de 29 de janeiro de 1821, anunciando que a falta de saúde tornava necessária a volta de seu irmão James à Inglaterra, Joshua Samuel se referiu às “amáveis damas”, palavras escritas discretamente em Judendeutsch (alemão em caracteres hebraicos), que “deverão ser apenas encontradas no nome”, no Rio. Joshua entendeu o temperamento de Nathan Mayer Rothschild, como mostra uma observação em uma carta de 19 de outubro de 1822: “Nosso Sr. Josh Samuel nos diz que o Sr. Rothschild estava em um de seus melhores e alegres humor quando ditou seu memorando no Prem das Contas da Bahia”.

O cunhado de Rothschild, Samuel Moses Samuel, nunca foi, ao que parece, um parceiro da Samuel & Phillips de Londres ou da Samuel Phillips & Co. do Rio, mas as duas firmas mantinham laços estreitos com ele tanto como indivíduo quanto como como sócio sênior na empresa de Samuel Brothers. Em 1820, quando a empresa do Rio elaborou uma letra de câmbio em favor do governo português por £ 14.500 na Samuel & Phillips em Londres, especificou S. M. Samuel como pagador "em caso de ausência". [Nota de Roderick J. Barman: "Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisbon, Portugal, Arquivo do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Caixa 173, n° 66, Viscount of São Lourenço to Samuel Phillips & Co., Rio de Janeiro, 3 February 1821]

Os eventos no Brasil durante a década de 1820 favoreceram a empresa de Samuel Phillips & Co., fazendo com que ela prosperasse como nunca antes. Quando o Rei de Portugal foi forçado a retornar a Lisboa, em 1821, após uma ausência de 14 anos, deixou para trás seu filho mais velho, Pedro, como Regente do Brasil. Temores crescentes de que Portugal tentaria tornar o Brasil mais uma vez uma colônia levaram a uma declaração de independência no final de 1822, com o Príncipe Regente tornando-se Imperador Pedro I. Samuel Phillips & Co. mantinha estreitas relações pessoais com a família imperial [maçônica] e com o novo gabinete de ministros da Nação. No início de 1824, Woodbine Parish, o primeiro enviado britânico à Argentina, chegou ao Rio de Janeiro a caminho de Buenos Aires e a empresa relatou a Nathan Mayer Rothschild: “O Sr. Parish entregou-nos também suas gentis apresentações e lhe oferecemos nossos Serviços e mesa, com convite para encontrar o ministro de Estado com alguns de nossos amigos em particular.”


Empréstimo de £ 3 milhões requisitado pelo Imperador do Brasil, Dom Pedro II

As finanças do novo Império estavam, na melhor das hipóteses, instáveis e Samuel Phillips & Co. mostraram-se ansiosos por obter lucro com esse embaraço. Já em Outubro de 1820, a empresa havia sugerido a Rothschild o arranjo de um empréstimo ao Governo com juros de 9 a 12%. “Não devemos hesitar em tomar uma grande fatia [sic]. Seus sentimentos nos obrigariam muito a esse assunto." Eles renovaram suas urgências sobre o assunto em Março e em Agosto de 1821. Mas Nathan Mayer recusou-se a morder [a isca], como a empresa reconheceu em Março de 1822. “Anotamos o fato de você recusar qualquer parte de um empréstimo, caso façamos esse contrato! Você certamente deve ser o juiz mais capaz sobre esse assunto. Tudo o que temos de lhe garantir é que, se isso for efetuado por nós, as bases serão sólidas e, quão longe a visão humana possa  ver, o pagamento garantido pelas receitas de nossa residência de 15 anos, nos fez iguais para selecionar.”

O 1° empréstimo ao Governo brasileiro não foi, de fato, lançado no mercado de Londres até o início de 1824. Samuel Phillips & Co. sabia exatamente o que então transpirou, como mostra a carta da empresa de 18 de Novembro: “O empréstimo foi concedido por 1 milhão a 75% e tendo sido com um desconto de 3%, é muito apreciado aqui; os empreiteiros tomando a opção dentro de 4 meses de levar [um] milhão a mais [a] 83% e 4 meses após esse período, o milhão restante [a] 87% mas como é mais provável que eles não cumpram a primeira parte deste contrato, ele será anulado e, nesse caso, talvez você possa ser induzido a fazer um acordo com Brant & Gameiro (os enviados brasileiros em Londres) para recuperar seu crédito e o [crédito] de seu Governo, contratando para o restante". Em Janeiro de 1825, Nathan Mayer entrou na brecha e não teve dificuldade em vender a segunda colocação de £ 2 milhões. Rothschild passou, efetivamente, a ser o agente do Governo brasileiro, pagando os dividendos semestrais dos empréstimos e atuando como banqueiro do enviado brasileiro em Londres.


Obrigação do empréstimo de £ 2 milhões ao Governo brasileiro, 1825, emitida por NM Rothschild

Como o Governo brasileiro havia levantado o empréstimo de 1825 - em parte para quitar suas dívidas no Brasil - precisou recorrer ao capital de Rothschild. Como Samuel Phillips & Co. relatou em Março de 1825: "É muito provável que os Saques do Governo em seu próprio bem, possam passar por nossas mãos". De fato, de Março a Agosto de 1825, a empresa forneceu ao Governo mais de £ 200.000, sendo reembolsada principalmente por letras de câmbio sacadas pelo Tesouro Brasileiro em Rothschild. O tamanho dessas transações atesta os recursos e a posição de Samuel Phillips & Co.

O ano de 1825 viu uma mudança na administração da empresa no Brasil. Denis Moses Samuel, que estava doente, retornou à Inglaterra no paquete de Abril. Em Londres, ele assumiu a direção de Samuel & Phillips. Para ajudar Joshua Samuel e seu irmão James (retornou ao Rio com a saúde restaurada no início de 1824), veio ao Brasil John Samuel, filho de Phineas Moses Samuel, outro dos irmãos. John Samuel era muito jovem e só começou a trabalhar como balconista de cópias confidenciais em Julho de 1826.

Ao tempo do seu retorno a Londres, Denis Moses Samuel era um homem rico. Ele se estabeleceu em Hanover Terrace, projetado por John Nash, no lado oeste do Regent's Park. Ainda mais bem-sucedido foi Samuel Moses Samuel, que no início da década de 1820 havia transferido seu escritório para a Corte de Freeman, Cornhill, pela Royal Exchange e muito perto de New Court [Sede do Banco NM Rothschild & Sons]. S. M. Samuel comprou por volta dessa época o n° 29 Park Crescent, projetado por John Nash, que ainda está de pé, de frente para Marylebone Road e Regent's Park. No diretório da corte de Boyle de 1829, os dois irmãos tinham o título "Esq" [Escudeiro]. Contribuindo para esse novo status social estavam os estreitos laços entre Nathan Mayer Rothschild e S. M. Samuel. Em Novembro de 1826, Samuel Phillips & Co. escreveu do Rio: “Temos que agradecer pela comunicação do casamento pretendido da filha de nosso irmão SM Samuel, Henrietta, ao Sr. Worms e espero que todo o bem possa atendê-los, assim como a você e à estimada família". Solomon Benedict Worms, filho da irmã de Nathan Mayer, Jeannette, havia sido trazido para a Inglaterra e educado lá por seu tio. O casamento ocorreu em Julho de 1827. 7 anos depois, em Dezembro de 1834, Denis Moses Samuel, então com 50 anos, casou-se com sua sobrinha Amelia, a caçula das 3 filhas de S.M. Samuel.

As cartas que Samuel Phillips & Co. enviaram a Nathan Mayer Rothschild no final da década de 1820, sugerem uma mudança sutil no relacionamento. As informações fornecidas são bastante esparsas e resumidas e o tom adotado é muito mais igual. A empresa no Rio estava tomando agora, é justo deduzir, tanto ou mais atenção às suas transações financeiras e comerciais com a Samuel & Phillips. Em 1826, a tentativa da firma do Rio de obter 3/4 do lucro de uma letra de câmbio de £ 10.000 sacada em Rothschild pelo enviado inglês ao Brasil desagradou tanto Nathan Mayer que ele observou em sua carta: “Não posso permitir isso, devo ter o montante total". Ele se recusou a aceitar a conta do enviado até que Samuel & Phillips a endossasse a ele. As circunstâncias alteradas talvez expliquem por que, no final de 1829, Rothschild escolheu como seu segundo agente correspondente no Rio de Janeiro, Leuzinger & Co., uma filial de uma empresa estabelecida com o mesmo nome em Paris. A Leuzinger & Co. não era apenas tão respeitosa em suas cartas quanto Nathan Mayer poderia desejar, mas fornecia a ele, todos os meses, informações abundantes sobre a situação financeira, comercial e política no Brasil.


Dom Pedro II, seu neto, Pedro Augusto e sua esposa, Teresa Cristina - 1887


O elemento de tensão existente no relacionamento entre Samuel Phillips & Co. no Rio e Rothschild ajuda a explicar a série de eventos que levaram, no final de 1831, a Samuel & Phillips, substituindo Nathan Mayer Rothschild como o agente financeiro do Governo brasileiro em Londres. No final da década de 1820, a situação financeira do Império do Brasil ficou cada vez mais instável. Sentiu grande dificuldade em encontrar os fundos necessários para cobrir os dividendos pagáveis em 1 de Abril e 1 de Outubro em seus empréstimos em libras esterlinas. Em mais de uma ocasião, Rothschild fez o montante necessário a partir dos seus próprios recursos e se acostumou a desafiar os Conselhos do Tesouro nos portos fora do Rio de Janeiro por suas contribuições alocadas aos pagamentos de dividendos. Ele parece ter ensinado o Governo Imperial sobre seus deveres e reprovando-o por não cumpri-los. Em Maio de 1829, Samuel Phillips & Co. relatou “a sugestão que fizemos ao Ministro das Finanças, do que você teve o prazer de declarar ao nosso Sr. Denis Samuel na partida de Packet em 7 de Março 'isso mas  para sua informação sobre o estado deste país, você não pagaria dividendos no dia 1º de Abril passado' e esperamos que nada tenha ocorrido na partida de Packet no dia 27 para alterar sua determinação”.

Em Abril de 1831, uma crise política forçou Pedro I a abdicar. Ele navegou para a Europa, deixando como imperador seu filho, então com 5 anos. Os opositores políticos de Pedro I assumiram o controle do Governo. A Samuel Phillips & Co. lucrou com essa mudança. Não apenas o imperador que partiu deu à firma sua procuração para administrar seus assuntos financeiros e pessoais no Brasil, mas a firma, tendo feito muitos favores aos políticos agora no cargo, possuía acesso aberto a eles. O político mais capaz e forte foi Diogo Pereira de Vasconcelos, nomeado Ministro das Finanças em Julho de 1831. Vasconcelos estava determinado a garantir que as finanças do Brasil fossem dali em diante administradas adequadamente e que fundos suficientes sempre estivessem depositados em Londres bem antes da data de vencimento para o pagamento de dividendos. Ele assim informou Rothschild e lhe enviou informações detalhadas e instruções específicas sobre o assunto.


Diogo Bernardo Pereira Vasconcelos, Ministro da Fazenda de 17 de Julho de 1831 a 4 de Agosto de 1832

Vasconcelos escreveu em português e o uso desta linguagem pode explicar por que Nathan Mayer Rothschild prestou pouca atenção às cartas do Ministro. Ele acreditava claramente que desordem política e crise financeira resultariam do novo estado de coisas e, portanto, continuou pressionando os Conselhos do Tesouro local a fazer grandes remessas diretamente a ele. Suas cartas ao Ministro das Finanças do Brasil forneciam poucas informações sobre a quantidade de fundos que Rothschild mantinha em Londres, mas continham muitas exortações sobre a necessidade do Brasil cumprir seus compromissos internacionais. As cartas de Vasconcelos tornam patente sua impaciência e crescente raiva, tanto pelo tom quanto pelo conteúdo da correspondência de Rothschild. Nathan Mayer não deu atenção a esses sinais de perigo. No final de 1831, Vasconcelos entrou em ação. Em 24 de Dezembro, Samuel Phillips & Co. informou Rothschild:

“Devemos comunicar a você que, em uma Conferência que tivemos com o Ministro das Finanças, Sr. Vasconcelos, ele apresentou que se sentiu extremamente magoado por você não tratar bem o Ministro brasileiro, mesmo que se recusasse a aceitar seu projeto de lei por valores insignificantes. Isso o fez, somado aos seguintes motivos, suspender as transações do Governo com você e encontrar sua resolução fixa, caso não aceitássemos o mesmo para adotar alguma outra medida, achamos adequado aceitá-lo, também alegando [sic] a irregularidade de suas contas de envio e A/C, tanto que o Governo desconhece o estado real de seus fundos nas mãos dos Contratantes; parece que eles pretendem continuar pagando os Dividendos como de costume e que Ordens positivas foram enviadas a todas as Províncias para fazerem remessas e também se esforçar para fazer o mesmo a partir de agora”.

O que Samuel Phillips & Co. não especificou em sua carta a Nathan Mayer foi que, a partir de então, o Ministro das Finanças usaria Samuel & Phillips para administrar os fundos do Governo em Londres e vender diamantes, tinturas, algodão e outras mercadorias enviadas para Europa. A carta de 24 de Dezembro implica que a firma carioca não exerceu influência sobre Vasconcelos, mas simplesmente aceitou sua decisão, já que, de outra forma, escolheria outra firma de comerciantes para cuidar dos negócios do Governo em Londres. Um comerciante português, escrevendo no Rio em 12 de Janeiro de 1832, ofereceu uma interpretação muito diferente da situação, a do cuco no ninho:

“Como é que a empresa de Samuel Phillips, representada aqui por um bêbado que não sabe falar em nenhum idioma, não apenas serviu o ex-Imperador, recuperando para ele todas as propriedades que ele deseja, mas, como seu advogado, está exigindo grandes quantias do Estado?! E, com a abolição da Agência do Tesouro em Londres e a remoção da venda de diamantes e madeira do Brasil das mãos dos enviados em Londres, a empresa foi solicitada a vender esses produtos e também a atuar como Agente do Tesouro a partir de agora. Tudo isso é resultado de manter todos os dias a casa aberta, servir não mais do que meia dúzia de pratos e encontrar dinheiro com o qual fazer empréstimos a figuras públicas desejosas de fazer um show, mas sem a renda necessária para fazê-lo” [Nota de Roderick J. Barman: "Cartas de João Loureiro escriptas do Rio de Janeiro ao Conselheiro Manuel José da Costa e Sá," Revista do Instituto Historico e Geographico Brasileiro tomo 76, parte II (1913), 392. Em 1831 o agente financeiro em Londresnão mais era o enviado brasileiro, como Loureiro assumiu, mas NM Rothschild.]


Os Rothschilds estiveram envolvidos no desenvolvimento de ferrovias em todo o mundo e o Brasil não foi exceção. Já em 1858, eles emitiram seus primeiros empréstimos para empresas ferroviárias brasileiras, a Companhia Ferroviária da Bahia e San Francisco e a Companhia Ferroviária Don Pedro II, seguida pela Companhia Ferroviária de São Paulo em 1859. Outros empréstimos foram concedidos a essas empresas ao longo dos anos e a Ferrovia do Oeste de Minas foi acrescentada a esse número em 1893. As ferrovias abriram o interior do Brasil: os imigrantes entraram e a plantação de café se expandiu enormemente. O mapa mostrado aqui acompanhava um prospecto de empréstimo para a Companhia Ferroviária da Bahia e San Francisco, emitido em 1884 para arrecadar cerca de £ 300.000 para financiar um ramal. Os produtos - e potenciais produtos - do interior que podem ser trazidos para o porto da Bahia pela ferrovia são marcados no mapa.


É patente que Nathan Mayer Rothschild não acreditou e não pôde creditar como foi tratado. Ele escreveu com ira a Samuel Phillips & Co., o qual respondeu em 26 de Abril com uma suave punição: 

“Temos que lamentar que não tenha lhe proporcionado satisfação nossa comunicação a respeito de nossa conferência com o Ministro das Finanças. Temos apenas como conclusão declarar que foi por insistência dele que passamos por cima de você [no original "we made it you"] e não temos nada para comentar. Não temos dúvida dos esforços feitos aqui, os dividendos foram pagos a você como sempre no dia 1º de Abril".

Ainda mais irritante para o orgulho de Rothschild deve ter sido a carta enviada por Samuel & Phillips, de Londres, em 31 de Agosto de 1832:

“Pedimos para informá-lo que na próxima 6ª-feira, 7 de Setembro, manteremos à sua disposição a soma de trinta e três mil setecentos e cinquenta libras, pela qual quantia de £ 33750, solicitamos que você nos entregue seu recibo em triplicado, declarando que sua aplicação esteja na conta dos Empréstimos Imperiais do Brasil para Dividendos com vencimento em 1º de Outubro seguinte”.

Rothschild agiu como se não tivesse sido suplantado. Ele continuou a assediar os Conselhos do Tesouro local para fazer remessas diretas a ele de sua cota de fundos para pagar os dividendos do empréstimo. Ele bombardeou sucessivos Ministros das Finanças com protestos, projetos e reclamações contra a conduta de Samuel & Phillips. As respostas dos Ministros, sempre corteses e atenciosas, foram inflexíveis. Nenhum deles consideraria reverter a decisão de Vasconcelos. Em meados de 1833, Rothschild havia percebido que o status de Samuel & Phillips como agente do Governo brasileiro em Londres era inexpugnável. Ele resolveu terminar o papel de Samuel Phillips & Co. como seu agente correspondente no Rio. Usando uma falha da parte do outro para cumprir suas instruções ao elaborar uma letra de câmbio, ele ordenou que entregasse os fundos substanciais que mantinha em seu nome à Leuzinger & Co. e à Finnie Brothers. "Não podemos deixar de ser sensíveis a essas mudanças", respondeu Samuel Phillips & Co, "e confiar que qualquer incidente de negócios não nos privará a honra de sua amizade que você teve o prazer de manter conosco como nos tempos passados". A carta está escrita à mão de Joshua Samuel, que cerca de 20 anos antes fazia parte do “círculo em volta da sua mesa hospitaleira”.


 Cupons de obrigações emitidos sobre a segurança do café


Proteção contra incêndios em um armazém de café | O café foi o principal produto do Brasil, mas a quadruplicação da produção no Estado de São Paulo entre 1870 e 1900, estimulada em grande parte pelo crescimento das ferrovias [um dos investimentos da Família Rothschild], foi o início de décadas de problemas com excesso de oferta. Até 1930 [ano em que o BIS foi criado], os Governos federal e estadual responderam ao excesso de oferta tentando apoiar o preço do café por meio do armazenamento em pilhas. O Banco [NM Rothchild & Sons, New Court, City of London] era cético em relação a tais esquemas de "valorização", mas, no conselho telegráfico de Henry Lynch, em 1922, agente [do NM Rothchild & Sons] no Brasil, acabou achando que precisavam se envolver para não perder negócios para outras empresas: "Como você não favoreceu a política até o presente, atrevo-me a sugerir que continue sua política dependendo das eleições futuras, mas, em minha opinião, se o Governo Federal brasileiro presente, ou futuro, decidir sustentar a política contra o seu interesse em [não apoiar a política], não podemos deixar de pensar que outros irão fazer dinheiro devido a agentes financeiros que não apoiarem o governo quando o dinheiro do mercado permitir que outros o façam." Como resultado, o banco participou do empréstimo de 1922 para o Brasil destinado a ajudar a financiar o estoque de café. Com um empréstimo de £ 9.000.000 garantido em 3.000.000 de sacas de café, o governo teve que proteger essa mercadoria economicamente vital. Em 1924, como agentes do governo brasileiro, os Rothschilds buscavam seguro para o café, reunindo informações sobre proteção contra incêndios nos armazéns espalhados pelo estado de São Paulo.

Nathan Mayer Rothschild nunca, até o dia da sua morte, reconheceu que ele poderia ter sido responsável por perder a agência financeira. Em Abril de 1836, ele disse a um enviado especial do Governo brasileiro que “fora injusto com ele, talvez por causa das circunstâncias do momento, mas que ele não hesitaria agora em emprestar com a mesma boa vontade e liberalidade que demonstrou em tempos idos, desde que o Governo adotasse princípios sólidos, ou seja, se escrupulosamente cumprisse os contratos que faz, a única maneira de possuir crédito”. [Nota de Roderick J. Barman: "Projeto de carta do Marquês de Barbacena a Diogo Antônio Feijó, Rio, Junho de 1836, transcrito em Antonio Augusto de Aguiar, Vida do Marquez de Barbacena (Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1896), pg 950. Conhecido como "General Brant" antes de receber seu título de nobreza, Barbacena havia sido um dos dois agentes brasileiros em Londres que negociaram o empréstimo de 1824 e 1825"]


Três meses depois, Nathan Mayer morreu em Frankfurt e com ele terminou qualquer elemento de animosidade pessoal, se tal existiu, contra Samuel & Phillips. Os presentes no funeral de Rothschild incluiram, como relatou o The Times, membros dos vários ramos da família Samuel. No Rio de Janeiro, Samuel Phillips & Co. continuou a prosperar. A grande conquista da empresa foi o lançamento bem-sucedido de um empréstimo do Governo brasileiro por £ 400.000 no mercado de Londres em 1839. O enviado britânico no Rio caracterizou a Samuel Phillips & Co no final de 1839 como “um grande judeu comercial, ou melhor, Casa Financeira [sic] em Londres e aqui, há muito tempo conectada com este Governo na maioria de suas operações”. Um mês antes, ele comentou: “a influência da Casa de Samuel e da Companhia é muito grande neste país e eles fazem uso sem escrúpulos do profundo conhecimento que possuem da venalidade dos representantes e servidores públicos brasileiros”.

Na realidade, a Samuel Phillips & Co. havia atingido seu apogeu. No final de 1839, James Samuel retornou permanentemente à Inglaterra, deixando a empresa sob a administração de seu sobrinho John Samuel. A evolução política no Brasil trouxe a substituição de Samuel & Phillips pela empresa Goldsmid, King e Thompson como agentes do governo em Londres. Essa mudança não parece ter afetado muito a sorte da empresa do Rio. John Samuel possuía excelentes conexões com a elite política e social do Brasil. De 1841 a 1843, Samuel Phillips & Co. serviu novamente como agente correspondente no Rio para a N M Rothschild & Sons. Finalmente, em 1851, após uma residência de um quarto de século no Brasil, John Samuel decidiu retornar à Inglaterra. Sem nenhum membro da família para sucedê-lo, ele colocou a empresa do Rio em liquidação.

Em Londres, Samuel & Phillips continuou seus negócios até a morte de Denis Moses Samuel, em Agosto de 1860. Após seu retorno, John Samuel - cuja sobrinha Juliana Cohen se casou com Mayer de Rothschild - era um visitante frequente de Mentmore, residência de Mayer em Buckinghamshire e ele às vezes almoçava com Lionel de Rothschild no clube da cidade de Londres, Old Broad Street. John Samuel pode ter desempenhado um papel na nomeação da N M Rothschild & Sons em 1855 como agentes do Governo brasileiro em Londres. Ele certamente usou as conexões de sua família para convencer a NM Rothschild & Sons a atuar como a casa emissora das ações das empresas ferroviárias brasileiras das quais ele era diretor.

A vida mais longa dos irmãos Samuel foi, paradoxalmente, Samuel Moses Samuel, o mais velho. Ele não morreu até 1873, aos 99 anos, deixando uma fortuna de £ 500.000. Nem o filho dele, George, nem os dois filhos de Denis Moses Samuel, Frank e Arthur, demonstraram o menor interesse no mundo do comércio e finanças. John Samuel, que nunca se casou, viveu até 1887. Até então, as duas firmas da Samuel Phillips & Co, do Rio de Janeiro e Samuel & Phillips, de Londres, não passavam de lembranças. Em contraste, NM Rothschild & Sons continuou a florescer como uma árvore de louro verde.


Henry Lynch (1878-1958) - não mencionado no documento aqui traduzido - foi representante da NM Rothschild & SonsNew Court, City of London, no Brasil de 1919 até sua aposentadoria em 1957. Palin, um funcionário do Banco em Londres, descreve Lynch em suas memórias Rothschild Relish (1970): "Esse grande personagem, membro de uma antiga família anglo-brasileira, era sócio de um negócio de importação e exportação, mas o mais importante para nós, ele era o agente e representante no Brasil da NM Rothschild & Sons, New Court, City of London. Ele era solteiro, alto, com uma compleição que se aprofundou durante os anos em que o conheci, (...) gostava de boa vida e ocupava uma posição única no Rio, onde às vezes dizia ser mais Embaixador Britânico do que o próprio Embaixador Britânico. Conhecendo e sendo conhecido nos círculos governamentais, políticos, financeiros, comerciais e sociais, ele sempre me pareceu extremamente bem preparado para o seu trabalho"Lynch se tornou indispensável para o Banco NM Rothschild & Sons e se dedicou à promoção dos interesses britânicos no Brasil. Ele enviou ao Banco informações e conselhos regulares e detalhados sobre questões comerciais, políticas e econômicas e foi um canal para os níveis mais altos do Governo Brasileiro. Seus arquivos de correspondência para os anos 1919-1940 discutem, entre outros, os empréstimos propostos; empréstimos sendo solicitados e emitidos em outro lugar; e desenvolvimentos no Banco do Brasil [do qual, hoje, a Família Rothschild é acionista]. Os arquivos de Henry Lynch podem ser encontrados na série de correspondências especiais do Arquivo [da Família Rothschild].

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