O discurso (02.Jan.2023) da Ministra da Saúde, Nísia Trindade, revela apoio ao modelo sanitarista internacional, o qual, invés de participar de discussões sérias, honestas e abertas ao público e à comunidade científica em geral (e não estou falando de circos mediáticos pré-configurados) escolhe impôr o modelo civilizacional globalista da Agenda 2030 que, entre as coisas, objetiva injetar toda a população do mundo com substâncias genéticas experimentais, comprovadamente mortais e criadas por corporações farmacêuticas, como, p.ex., Pfizer, Moderna e Astrazeneca.
Praticamente, todos os links deste artigo direcionam para artigos do CDS, onde se encontram documentos oficiais e informações de fontes primárias.
Alguns links direcionam para o site Mundo de Cronus - Cronologia da Nova Ordem Mundial, onde as palavras-chave como "Fiocruz" podem ser buscadas.
Destaco ainda que "sustenta" - que origina "sustentável" e "sustentabilidade" - é dito 5 vezes no discurso.
Ministra da Saúde, Nísia Trindade
DISCURSO DE POSSE
Comentários em itálico
"Aproveito para dizer que deixamos a máscara como alternativa e recomendação..."
Ainda a narrativa das máscaras, depois de 3 anos.
"... por espaço ser tão concentrado e mais que temos muita convicção na proteção das vacinas..."
Convicção parte de crença.
A proteção que as "vacinas" supostamente proporcionam não deveria estar cientificamente comprovada?
Ou seja, as palavras não deveriam ser qualquer coisa como "temos a comprovação científica da proteção das vacinas"?
"... e aproveito para lembrar a todos os brasileiros e brasileiras para completarem seu esquema vacinal contra a covid-19."
Com que garantias, se nem os contratos com a Pfizer são liberados para o conhecimento público?
E a crescente lista de efeitos adversos descritos na bula dessas substâncias?
E a quantidade de pessoas mortas, ou permanentemente doentes em consequência direta das injeções genéticas?
"A posse ontem do presidente Lula renova nossas esperanças nessa construção, nesse respirar."
Na construção do Pacto Global de Saúde.
"Vitória da democracia."
Qual o significado de democracia, para a Ministra e para o Governo?
E os que escolhem não receber as injeções genéticas serão respeitados em suas escolhas?
Estará o respeito às diferentes posições e narrativas dentro desse significado de democracia?
"Democracia sempre..."
Mas o que significa em termos práticos e de modelo civilizacional, essa tal de democracia?
"... como ele, ontem, proclamou em sua linda cerimônia de posse, juntamente com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em que recebeu a faixa de uma representação da população brasileira e muito me orgulha, hoje, ter aqui nessa mesa, mesa estendida às nossas autoridades, de governadores. Ministros, parlamentares, termos a presença do cacique Raoni, a quem quero fazer uma saudação especial. Por uma feliz coincidência começo a jornada como Ministra da Saúde, no dia 02.Jan.2023, o Dia do Sanitarista, um dia consagrado a todas e todos os trabalhadores que se dedicam à saúde coletiva, com foco na promoção da qualidade de vida, esse bem maior e direito que temos que assegurar a todos."
Muito bom. Mas dentro dessa tal democracia existe espaço para as pessoas escolherem cuidar da sua saúde e da saúde dos seus entes queridos, com metodologias diferentes das defendidas e aplicadas pelo sistema de governança vigente?
Não é isto que acontece dentro desse tal significado de democracia: haverem pessoas que não votaram nos eleitos e que por isso mesmo, não se sentem representadas por aqueles?
E se existem estes que não se sentem representados pelo sistema de governança vigente, será respeitada, por parte de tal sistema, a vontade dos que escolhem não se injetar com substâncias genéticas, em contra-ponto ao posicionamento e narrativa dessa tal democracia?
Há espaço dentro dessa tal democracia para narrativas diferentes das narrativas do sistema de governança?
"A saúde, como bem nos falou o grande sanitarista Sergio Arouca, lembrando o que postula a OMS, não é a ausência de doença, mas uma condição de bem-estar físico e mental."
Ora, mas um dos significados de "saúde" é exatamente "ausência de doença".
E é possível viver com saúde, sem doença, com certas metodologias.
Mas, ora, se o que postula o Ministério da Saúde "não é a ausência de doença", então, o nome do ministério está extremamente equivocado e dever-se-ia chamar Ministério da Doença, uma vez que é esta que escolhe administrar, invés de postular uma vida com saúde e sem doença.
Perante tal posicionamento, o mais lógico para essa tal de democracia é deixar as pessoas escolherem uma vida sem doença, com suas próprias metodologias... ou não há espaço para isso dentro desse significado de democracia?
"Sergio Arouca foi além, na 8ª Conferência Nacional de Saúde, afirmando que democracia é saúde..."
Então, por que postula a não ausência de doença?
"... e esse tema tem nos orientado, a todos nós que lutamos pela construção do Sistema Único de Saúde desde a sua origem."
Mas esse sistema único de saúde, é único dentro da máquina de governança, ou arroga querer ser único nos procedimentos de recuperar e manter a saúde, dentro da vida privada e íntima, dos indivíduos e famílias?
E o que acontecerá com quem escolher não participar desse sistema único de saúde e praticar outros conhecimentos sobre como recuperar e manter a saúde?
"No dia de hoje, minhas primeiras palavras são de agradecimento, em primeiro lugar ao presidente Lula, por sua generosidade em novamente liderar nossa sociedade, rumo ao um futuro, com dignidade, equidade e justiça..."
Qual a dignidade, equidade e justiça reservadas para aqueles que escolherem procedimentos de saúde fora das metodologias e narrativas do sistema de governança?
"... e nos recolocar no destino de uma nação que promove o desenvolvimento sustentável..."
O termo "sustentável" tem suas origens no Rio98 e na Agenda 21 e é sinônimo de "redução populacional": excesso e envelhecimento populacional são os bodes-expiatórios de tal falsa narrativa.
"... e uma cultura de paz entre as demais nações do mundo. Obrigada, presidente Lula, por ter aceitado esse desafio. Agradeço também ao presidente Lula e ao vice Alckmin por esse grande desafio e convite para que eu dirija essa Pasta da saúde. Ao me convidar para esta honrosa e desafiadora missão, suas palavras me comoveram. O presidente falou desejar que uma mulher assumisse a pasta, mas que queria “alguém comprometido com o SUS”, essas foram suas palavras. E mais, que queria alguém com sensibilidade para com o sofrimento do nosso povo, cuidado com esse povo, como ele vem afirmando, sobretudo os mais pobres."
Se têm "sensibilidade para com o sofrimento do nosso povo", por que estão fazendo campanhas para injetar na população, substâncias genéticas experimentais comprovadamente mortais, ou altamente destrutivas?
"Podem ter certeza que firmei esse compromisso com muita convicção, a convicção de quem a muito tempo estuda as desigualdades sociais em nosso país e atua na área de ciência e tecnologia, especialmente a partir da minha história na Fiocruz..."
A Fundação Oswaldo Cruz é a grande parceira da Fundação Rockefeller, no Brasil e carro-chefe do sanitarismo internacional, também no Brasil.
"... já aqui mencionada, para o fortalecimento do SUS e também com sentido de urgência de todos nós que integramos a equipe do presidente Lula e que farei cumprir com todo empenho no Ministério da Saúde."
Até onde irá esse "empenho" para com aqueles que escolherem não receber injeções genéticas?
Esta tarefa não pode ser exercida de forma isolada. A saúde precisa estar em todas as políticas..."
Já que o sanitarismo é uma das principais frentes da Agenda 2030.
"... e minha compreensão sobre a importância dos determinantes sociais e ambientais e o conjunto de políticas sociais e de desenvolvimento sustentável reforçam a necessidade de ações inter-setoriais e do trabalho colaborativo com toda a equipe nomeada pelo Presidente Lula. Minha gestão se pautará por esse imprescindível trabalho colaborativo. Por isso, saúdo a todas e todos os Ministros e Ministras que comigo trilharam esse caminho pela saúde, pela vida, pelo bem-estar da nossa sociedade. A nós caberá a execução do programa Brasil Futuro do Presidente Lula e vice Geraldo Alckmin."
O programa Brasil Futuro não é do Presidente Lula e do Vice-Presidente Alckmin, mas é, isso sim, uma extensão da Agenda 21/2030 (ONU), do Acordo da Basileia (BIS), do Pacto Global de Pandemias, etc.
"E como ontem foi colocado na cerimônia de posse, isso será feito no caminho da união e reconstrução."
Mas e aqueles que discordam das injeções genéticas: também fazem parte dessa união?
Ou será essa, a união ao redor de uma única narrativa?
"Saúdo também aos ex-ministros da saúde aqui presentes. São 70 anos de criação do MS, mas apenas com a criação do SUS e com o que se estabeleceu pela Constituição de 1988 podemos assegurar a saúde como direito de todos e obrigação do Estado Brasileiro."
A "saúde" estatal é um "direito de todos e obrigação do Estado Brasileiro", mas, o que acontece com aqueles que escolhem não reclamar tal direito e procuram manter e recuperar a saúde pessoal e familiar, com metodologias que diferem das estatais?
"Este Ministério, então, teve a capacidade de coordenar as ações do maior sistema universal do mundo, em um país tão desigual onde o direito à saúde só se efetivou, ainda que com as dificuldades conhecidas, no final do século XX! Um país em que os males do século XIX se somam os problemas do século XX e os desafios do século XXI. Um país de imensas desigualdades territoriais: onde a geografia não se separa da história. Um país que vive a transição demográfica, com o envelhecimento de sua população, mas que requer uma adequada política de cuidado e promoção da saúde da população idosa."
Considerando que o sistema financeiro e o próprio sistema de saúde, olham os velhos como um peso que deve ser aliviado, que tipo de cuidados estão reservados para os idosos?
O que acontecerá com os idosos que escolherem manter e recuperar a saúde com metodologias diferentes daquelas oferecidas pelo Estado?
"Um país que também não cuida de forma adequada a suas crianças e jovens,..."
E injetar substâncias genéticas experimentais em crianças e jovens, é cuidar? - sendo que imensos jovens e crianças já morreram, ou ficaram permanentemente doentes, comprovadamente graças a tais injeções?
"... especialmente, os mais pobres, os pretos, que sofrem com a violência nas favelas e periferias, vítimas de processos de violência e exclusão."
E se pobres, pretos, moradores de favelas e periferias, escolherem utilizar métodos diferentes daqueles oferecidos pelo sistema de saúde do Estado, para recuperar e manter a saúde: o que acontecerá com estes?
"Saúdo especialmente aos ex-ministros que coordenaram o grupo de trabalho da transição em saúde: Humberto Costa, Alceni Guerra, Nelson Teichi, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro. Ao lado de parlamentares da base de apoio ao Presidente Lula, do Conselho Nacional de Saúde e outras lideranças, este trabalho já contribuiu para a necessária e urgente re-estruturação do Ministério da Saúde."
Em conformidade com o sistema One Health (Saúde Única) da OMS.
Na minha trajetória sempre valorizei as instituições de ciência e tecnologia, a educação, a cultura, a cooperação inter-federativa, a participação e o controle social."
Controle social.
"Daí minha alegria em ver todas essas áreas aqui representadas. Sou, com muita honra, professora honorária da universidade Federal do Rio de Janeiro e com essa menção, quero cumprimentar a todas as universidades, a todas as sociedades científicas, nossa gestão será pautada pela ciência e pelo diálogo com a sociedade científica."
Qual ciência ? A que se recusa olhar os efeitos maléficos comprovadamente oriundos das injeções genéticas experimentais?
Essa sociedade científica incluí os milhares e milhares de médicos e profissionais de saúde que, em todo o mundo, erguem suas vozes contra as injeções genéticas, respaldados por incontáveis quantidades de provas e testemunhos?
"Esforço tripartite ao unir, União, estados e municípios, a parceria e a construção conjunta com Conselho Nacional de Secretários de Estado de Saúde e com o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde, será algo perseguido."
Essa perseguição, estender-se-á aqueles que se recusarem a injetar substâncias genéticas experimentais?
"Reforço meu compromisso com a gestão tripartite e a cooperação inter-federativa. O Conselho Nacional de Saúde merecerá, em nossa gestão, toda valorização que o controle social precisa ter. Este ano estaremos fazendo duas importantes conferências: a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental e a 17ª Conferência Nacional de Saúde. Já mencionei a questão da ciência, das universidades, mas quero fazer uma referência ao papel da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, da nossa SPBC, faço essa referência observando o papel histórico da SABPC na defesa da ciência e democracia. Vejo que temos um papel de reforçar o papel de reforçar a comunicação pública da ciência e a valorização da ciência como parte da nossa cidadania, é o que procurei realizar ao longa da minha trajetória como socióloga, como servidora pública e sanitarista."
Os termos "ciência" e "democracia" usados pelo Governo precisam ter seus significados bem descritos.
"Minha grande escola é a Fiocruz, de 123 anos, que antecede a criação do MS. Saúdo o presidente Mauro Moreira e o ex-presidente responsável pelo meu ingresso naquela casa, Paulo Gadelha. Em nome de Paulo, saúdo a todos os ex-presidente e quero afirmar que a partir da gestão de Sérgio Arouca alcançamos uma linha de trabalho, de continuidade fundamental para o papel que nossa instituição precisará. A Fiocruz é uma instituição de ciência e tecnologia vinculada ao Ministério que cumprirá muito bem seu papel."
E vinculada ao sanitarismo internacional.
"Nela tive o grande aprendizado, a partir de 2017, como presidente da instituição, tendo que enfrentar dificuldades inúmeras ligadas ao contexto político, especialmente, pós impeachment da presidenta Dilma e também com os grandes desafios postos pela pandemia de covid-19, uma emergência sanitária ainda não superada no Brasil e no mundo."
Se é "ainda não superada", revelam-se, mais uma vez, fortes indícios das políticas que pretendem ser aplicadas.
"Esse aprendizado é uma das bases que ampliarei como ministra de estado. Saúdo os parlamentares. É com muita satisfação que pude aprender com o diálogo. Trabalhamos comprometidos com o programa do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin e trabalhamos o tempo todo em diálogo com os partidos, com a base de apoio do governo, sempre de maneira republicana, assim como o presidente Lula fez com a PEC da transição, que eu chamo da PEC da base mínima e recuperação, é assim que trabalharei com diálogo."
Diálogo também com aquelas partes da população e da classe médica e científica que são contra as injeções genéticas?
"Saúdo os representantes do setor privado aqui presentes, acentuando a importância do diálogo cooperativo e com objetivo de garantir o acesso de qualidade diante dos grandes desafios colocados, especialmente frente ao represamento de exames, cirurgias eletivas e diversos procedimentos, tema de grande preocupação do Presidente Lula. Da mesma forma, ao lado dos ministérios da área econômica, estaremos atuando para fortalecer a produção local e o Complexo Econômico Industrial da Saúde, um conceito cunhado na Fiocruz."
O termo "Complexo Econômico Industrial da Saúde" mostra que nunca foi pela sua saúde.
"A pandemia de covid-19 pode ser vista como aquela fábula: A Roupa Nova do Rei."
Não se encaixa melhor, "O Rei vai nú"?
"Há muito afirmávamos, nos defensores do SUS e do desenvolvimento sustentável, a necessidade da autonomia do país na produção de vacinas, fármacos, equipamentos, entre outros bens, alguns mesmo de tecnologia simples. A pandemia de Covid 19 mostrou nossa vulnerabilidade: “o rei está nu” precisamos afirmar sem tergiversação.
E aplicar "O Rei vai nú" às afirmações do Governo, em relação à saúde.
"Sempre tive forte relação com os movimentos sociais. Quero cumprimentar todos os movimentos, que alegram a cidade de Brasília."
Quantos deles financiados por fundações internacionais de interesses alheios ao bem-estar da população brasileira?
"Quero, na pessoa de Eliana Souza, coordenadora da rede Maré, com quem pude realizar intenso trabalho e que considero um exemplo para o país, de como as nossas periferias, nossas favelas, quando unidas e num trabalho articulado com a academia, podem superar obstáculos. A vacinação na Maré foi um sucesso e motivo de grande alegria."
Instituições do Complexo da Maré, Rio de Janeiro:
Instituto Nova Maré - Instituição brasileira no Pacto Global da ONU para cumprimento dos ODS da Agenda 2030
Associação Redes de Desenvolvimento da Maré - Beneficiada pelos financiamentos da Ford Foundation
2011 = $99,870
2013 = $99,995
2014 = $99,987
2017 = $150,000
2019 = $215,000
2021 = $300,000
Total: $964,852 = R$ 5.306.686,00
Data_Labe - Laboratório de Dados e Narrativas na Favela da Maré - Beneficiada pelos financiamentos da Ford Foundation
2019 = $250,000
2021 = $200,000
Total: $450,000 = R$ 2.475.000,00
"Durante o governo que ontem se encerrou vivemos período de obscurantismo da negação da ciência, da cultura, dos valores que não gosto de denominar como civilizatórios, mas, na tradição da pedagogia de Paulo Freire, que gosto de falar como valores emancipatórios, quero chamar a atenção da importância de que nós trabalharmos de outra forma às relações religião e ciência, a religião e a sociedade."
Essa "outra forma" inclui não respeitar a decisão daqueles que, com uma narrativa diferente do sistema, não querem injetar substâncias genéticas?
Inclui essa "outra forma" a perseguição destes?
"Penso que as lideranças religiosas terão um grande papel na transformação da nossa sociedade em uma perspectiva emancipatória e democrática. Muitas dessas lideranças vêm sendo fundamentais na defesa da ciência, da vacinação, do cuidado com nossa população. Nessa perspectiva saúdo de forma especial a rabina Patricia Tomasquim, a Pai Adailton Moreira, do Ilê Omuajaro, a Pastora Lusmarina e ao Pe Arnaldo, aqui representando o Arcebispo do Rio de Janeiro, Don Orani Tempesta. Conto com a proteção inter-religiosa de todos vocês.
"Agradeço, por fim, ao meu círculo mais íntimo e, sobretudo, a minha família. Meu pai que acompanha a distância esse momento, nos seus 97 anos de vida; meus irmãos Regina e Carlos Gustavo, meu companheiro Antonio Herculano, minha sobrinha Alice e sua mãe Lia, meus compadres e amigos Gilberto e Simone. Um carinho especial a meus filhos André e Marcio e meu neto Bento. Vocês sabem o quanto me dão força e o quanto será difícil reduzir nosso convívio. Na impossibilidade de agradecer a cada uma a cada um de vocês, registro minha grande alegria pela presença de todas e todos. São muitos laços aqui representados; laços tão importantes e necessários neste novo momento da minha biografia, mas, sobretudo, da biografia do Brasil, para usar o termo do livro de Lilia Scwartzman e Heloisa Starling. Sou parte de uma geração que viveu desde os primeiros anos da infância a privação dos direitos e da liberdade. Aos 6 anos, assisti perplexa na rua do Catete, no Rio de Janeiro, ao movimento de tanques que, no imaginário de criança, fixei como lembrança do início da ditadura civil-militar em nosso país. Aos 18 anos comecei a participar do movimento pela redemocratização e, logo a seguir, pude contribuir para a reconstrução do Centro Acadêmico de Ciências Humanas da UERJ. Sou, portanto, herdeira da luta pela democracia, pelos direitos consignados na Constituição Cidadã, entre eles o direito à Saúde. A formação como cientista social na UERJ e depois no IUperj foi sempre orientada pela análise das desigualdades e do papel dos intelectuais na interpretação da sociedade, mas também no seu processo de transformação. Sou uma pessoa de múltiplos interesses e vivências, mas minha biografia é fortemente marcada pelo pertencimento à Fiocruz, instituição da qual servidora há 35 anos, lá pude participar da grande reconstrução institucional liderada por Sergio Arouca, participar da consolidação da Casa de Oswaldo Cruz, exercer mais recentemente os cargos de vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação e a Presidência, a partir de 2017. Foram anos de trabalho coletivo e muitos desafios, nenhum equiparável ao enfrentamento da pandemia de Covid 19. Em um cenário devastador, liderei a instituição nos campos da pesquisa, da vigilância, da educação, do primeiro acordo de Encomenda Tecnológica na área da saúde, que permitiu a produção e a incorporação de tecnologia da vacina Oxford Astrazeneca por Biomanguinhos, Fiocruz. Reforço aqui a importância desse aprendizado e o papel dos laboratórios públicos, com destaque para Biomanguinhios-Fiocruz e Instituto Butantan. Conquista democrática que permitiu a efetiva ampliação da cidadania, antes restrita a profissões regulamentadas, o que deixava de fora os trabalhadores rurais e os do setor informal, ou seja, a imensa maioria da população, o SUS nunca alcançou o necessário patamar de financiamento: o gasto per capita da iniciativa privada é quatro vezes superior ao gasto per capita do Sistema Único de Saúde. Precisamos ter consciência que faltam recursos para o SUS cumprir o seu papel. O maior problema da gestão no SUS é o sub-financiamneto. Fortalecer o SUS com os recursos necessários, ações estruturantes, integralidade e cooperação interfederativa, com a recuperação do papel do Ministério da Saúde na coordenação do sistema e da política nacional de saúde, será a grande prioridade da gestão no MS. A curto prazo foi crucial a aprovação da Emenda Constitucional, PEC da transição, que garantirá, por um ano, os recursos para as ações imprescindíveis para a reconstrução das políticas públicas e recuperação do país. Em muitos países, após a grande tragédia da pandemia de covid-19, discutem-se Programas de Recuperação e Resiliência. Em todos eles, a saúde, a proteção social, a educação e a ciência e tecnologia ocupam papel central."
Controle tecnológico da população com base no sanitarismo?
"Com o esforço bem-sucedido junto ao Congresso, sob a liderança do Presidente Lula, garantimos os 22 bilhões indispensáveis às ações no campo da saúde, entre elas, a vacinação, Farmácia Popular, a redução das filas, o cuidado com a saúde mental, tão afetada no contexto da pandemia, o reforço a todos os níveis de atenção e ciclos de vida e todos programas de proteção social, como o bolsa família. A PEC deveria se denominar PEC da Recuperação e da Resiliência. Na área da saúde para a gestão que se inicia contamos com o diagnóstico extremamente cuidadoso, do qual participei. A frase do início do século XX, proferida pelo médico Miguel Pereira: o Brasil como um imenso hospital, reaparece para mim, com muita força. Os últimos anos, desde o impeachment da Presidenta Dilma, foram anos de retrocesso, agravado nos últimos 4 anos por ações políticas contrárias à democracia, à ciência, ao ambiente e aos direitos humanos e à saúde. O enfrentamento da pandemia com a negação da ciência e do necessário esforço e cuidado com a população levou-nos a tristes indicadores, por detrás deles vidas humanas e muito sofrimento individual e coletivo, entre esse sofrimento que me referir a importância dos trabalhadores e trabalhadoras da saúde. O diagnóstico realizado pelo GT transição é contundente, em síntese: o enfraquecimento da capacidade de coordenação nacional do SUS, pelo MS e a desarticulação de programas resultaram em uma resposta débil à pandemia com tristes indicadores: registrando-se no Brasil 11% dos óbitos, não obstante representemos 2,7% da população. Este cenário desolador vai além da pandemia, com a desestruturação de programas bem-sucedidos, a exemplo, do PNI, da estratégia de saúde da família e outras ações estruturantes na atenção básica, na Atenção Especializada, nas linhas de cuidado para todo o ciclo de vida, Programa Mais Médicos, Farmácia Popular, IST-AIDS, Saúde Mental, Saúde da Mulher, Saúde da População Negra, Saúde Indígena, Saúde da População com Deficiência; Saúde Bucal, Segurança Alimentar, entre tantos outros. Em muitos casos políticas nacionais bem definidas e fundamentas, a exemplo da Política de Saúde para a População Negra, esbarram em dificuldades institucionais, mas também em fatores como o racismo estrutural, o qual teremos de enfrentar de forma assertiva. Conforme afirmou o Presidente Lula, a doença no Brasil tem cor. O Ministério da Saúde resgatará a liderança junto aos demais entes e nenhuma decisão das políticas nacionais atropelará a necessidade do debate, acúmulo e maturidade das decisões tomadas no âmbito da tripartite. Serão revogadas nos próximos dias todas as portarias e notas técnicas que ofendem a ciência, os direitos humanos, os direitos sexuais reprodutivos no marco legal brasileiro e que reduziram diversas posições do Ministério da Saúde em uma agenda conservadora e negacionista da ciência. A agenda da saúde mental..."
"... por exemplo voltará a se alinhar com a reforma psiquiátrica brasileira e às produções coletivas da luta anti-manicomial garantindo políticas de cuidado integral e humanizado no campo do SUS. Nesta semana será publicada portaria instituindo grupo de trabalho tripartite para sistematizar as políticas instituídas por portarias sem pactuação que serão revogadas, revistas ou mantidas. Será na 1ª reunião da comissão Intergestora Tripartite deste ano quando iremos decidir pelas revogações imediatas. Todos os recursos transferidos a estados e municípios estão assegurados. Assumimos o compromisso de re-estabelecer o federalismo de cooperação e não do confronto."
Haverá espaço para o diálogo honesto e público, com quem possui uma narrativa diferente do sistema?
"Com relação a estrutura organizacional, identificou-se que alterações realizadas no último governo enfraqueceram áreas estratégicas para saúde no Brasil. Além disso, verificou-se que é crucial preparar o sistema de saúde brasileiro para a inexorável transformação digital."
Controle tecnológico da população justificada pelo sanitarismo.
"Dessa maneira, dentre as mudanças que serão implementadas destaca-se a criação da Secretaria de Informação e Saúde Digital. Além disso, considerando a alta relevância no contexto epidemiológico e sanitário atual será recriado o Departamento de Vigilância de IST/AIDS e Hepatites virais e criado os Departamento de Imunização, visando fortalecer as ações do PNI, junto a secretaria de Vigilância em Saúde. Será criado os Departamento de Saúde Mental e enfrentamento do uso abusivo de álcool e outras drogas, vinculado à Secretaria de Atenção Especializada. Serão tempos difíceis de reconstrução, mas também da necessária inovação tendo como mote o direito à saúde de qualidade para todos. Este trabalho só será possível como um grande esforço nacional envolvendo Estado e sociedade civil. Acredito nos coletivos e no trabalho em equipe e a montagem do secretariado do Ministério da Saúde indica essa visão que reúne o compromisso programático com a agenda definida pelo Presidente Lula e a necessária qualificação para que se alcancem os resultados relacionados às emergências e ações estruturantes para a saúde e o Brasil do Futuro. Sabemos que nosso país tem pressa, que nossa sociedade tem pressa e procuraremos articular as urgências com as ações estruturantes. Estarão a meu lado os Secretários e Secretárias: Swendenberger Barbosa, na SE; Nésio Fernandes, na Secretaria de Atenção Primária; Helvécio Magalhães, na Secretaria de Atenção Especializada; Carlos Gadelha, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos; Isabela Cardoso, na Secretaria de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde; Ana Estella Haddad, na nova Secretaria de Informação e Saúde Digital; Ricardo Weibe Tapeba, na Secretaria de Saúde Indígena; Ethel Maciel na Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. A integralidade na perspectiva das linhas de cuidado e redes de atenção, com reforço a capacidade resolutiva na Atenção Primária será um princípio orientador de nossa atuação. Para tanto são imprescindíveis a retomada e o fortalecimento da Política Nacional da Atenção Básica. Teremos aqui o desafio de ações emergenciais como o provimento de médicos, com a retomada do Programa Mais Médicos, ao fortalecimento da Estratégia da Saúde da Família, a retomada do financiamento aos NAFS, e olhar para as diferentes áreas que compõem a atenção básica, que representou um grande avanço para a saúde em nosso país. Procederemos ao levantamento imediato com Conass e Conasems das chamadas filas: consultas de especialidades, exames diagnósticos e cirurgias eletivas e proposta emergencial. Para isso trabalharemos com um Sistema de Informação que permita levantar a demanda, monitorar a intervenção e dar transparência ás filas (caminhar no sentido das filas nacionais públicas para os principais procedimentos cirúrgicos nos moldes da fila nacional de transplantes. Trabalharemos também com o padrão de financiamento adicional para esta intervenção (a partir do novo orçamento de 2023 recomposto pela PEC da Transição). Nesse grande esforço nacional, com pactuação interfederativa, levantaremos a capacidade dos hospitais públicos federais, estaduais e municipais, além da rede filantrópica, enfim, estabeleceremos um grande esforço nacional. Estabeleceremos de imediato de uma Política para atendimento às pessoas com sequelas da Covid (pós covid ou covid longa)..."
E atendimento às famílias que tiveram entes queridos comprovadamente mortos pelas injeções genéticas e às famílias que têm agora, membros permanentemente sequelados por tais substâncias?
"... com o estabelecimento de centros colaboradores, protocolo nacional e sistema de informação e monitoramento. Nesse processo, caminharemos com as ações emergenciais, mas procuraremos construir uma política nacional para atenção especializada, orientada de forma conjunta com a visão à integralidade com a atenção básica em saúde. Retomaremos o diagnóstico das lacunas, ou vazios assistenciais, nas regiões de saúde e fortalecer as redes temáticas de atenção (urgência e emergências, atenção psicossocial, enfim atenção às pessoas com deficiência e destaque agora para as doenças raras, doenças crônicas e atenção obstétrico e neonatal. A questão hospitalar do SUS, na lógica das redes, é conseguir ter a missão de cada unidade bem definida e pactuada, incluindo os nossos federais de todas as origens, reformando para toda a rede, especialmente a filantrópica, os mecanismos de regulação e controle e formatos de pagamento que considere os resultados e qualidade para os usuários. O câncer terá por razões epidemiológicas e do seu impacto nas famílias um plano destacado, articulando prevenção, diagnóstico precoce (APS e Especialidades), plano terapêutico integral e monitoramento dos principais tipos de cânceres, articulação de toda a rede disponível no país. Teremos uma Coordenação Geral do Câncer ligada diretamente ao Gabinete da Secretaria de Atendimento Especializada.
24.Nov.2022
"São muitos os desafios na área da Vigilância em Saúde. Sendo que os principais são a retomada dos comitês científicos, que dão conta desse desafio. Quero destacar, entre algumas iniciativas, a importância da retomada das altas coberturas vacinais e o fortalecimento do PNI. Começamos nesse movimento o lançamento dos Embaixadores da vacinação no Brasil; Teremos a recriação de comitês científicos em todos os departamentos com participação das sociedades científicas do Brasil e dos movimentos sociais; revisão dos decretos de emergência com base em evidências científicas e em alinhamento com a OMS;..."
Ou seja, falta de soberania do sistema de governança brasileiro para exercer o direito de ter a sua própria narrativa dos acontecimentos e para aplicar as medidas que bem entender, sem submissão às regulamentações e supervisões do sistema sanitarista internacional.
"... criação de força tarefa para revisão de todos os protocolos para controle de doenças que estão sem atualização nos últimos 3 anos. No campo da ciência e tecnologia e inovação e do CEIS, vamos colocar como um parâmetro desafiador a ser buscado: preparar o Brasil para produzir um patamar de 70% das nossas necessidades de insumos e produtos em saúde. Não podemos nos conformar com um acesso a saúde que depende de 20 bilhões de dólares de produtos importados ao ano, valor esse equivalente a quase todo gasto federal em saúde. Um SUS com essa dependência tem pés de barro como evidenciado dramaticamente na pandemia da Covid-10. Com isso poderemos garantir segurança sanitária, preparação para as novas emergências nas doenças crônicas e infecciosas, a disponibilidade de medicamentos, equipamentos e insumos para toda população. No acesso, a finalidade última de toda estratégia de produção, a assistência farmacêutica terá grande prioridade. Produzir e dar assistência racional e humanizada para as pessoas reflete o compromisso do SUS com o acesso universal, equânime e integral. A assistência farmacêutica é formada por profissionais de saúde e não por vendedores de produtos e vamos retomar essa visão que associa inovação e cuidado humanizado. Com essa visão, o Farmácia Popular, que estava sob ameaça, será fortalecido e terá estabilidade institucional. O relatório final do Orçamento de 2023 prevê R$ 2,1 bilhões a mais em recursos para o programa Farmácia Popular. Vamos garantir a gratuidade no âmbito do Saúde Não tem Preço, o componente gratuito do Farmácia Popular para a Diabetes, Hipertensão arterial e Asma e garantir 90% do pagamento público para as demais doenças e agravos cobertos pelo Farmácia Popular. A agenda de ciência tecnologia e inovação pretenderá também:
:: fortalecer a pesquisa em saúde e responder aos grandes desafios contemporâneos, como o demográfico e suas relações com a chamadas transição epidemiológica;
:: o da ciência e tecnologia e inovação à serviço da vida;
:: o das novas tecnologias de informação e comunicação;
:: o das mudanças no mundo do trabalho e seu impacto na saúde;
:: o das mudanças climáticas e ambientais, e o grande desafio da preservação da democracia, sem o quê, nenhum desses avanços é efetivamente possível.
Essa agenda deverá contemplar também um grupo de trabalho específico para a avaliação das condições de saúde na Amazônia e a proposição de ações para a saúde como componente do desenvolvimento sustentável na região. A transformação digital é uma realidade já em curso e será fundamental a aplicação diretrizes estabelecidas pela Estratégia de Saúde Digital para o Brasil, será um componente importante pensando a saúde digital e a inteligência artificial, aplicadas à saúde representam um imenso potencial benefício para a sociedade, e ao mesmo tempo revelam riscos enormes para a saúde individual e coletiva e para um conjunto expressivo de direitos humanos fundamentais. Um dos desafios que se coloca é o de encontrar o equilíbrio entre a liberdade de desenvolvimento e comercialização de bens, produtos e serviços digitais de saúde e a melhor proteção do paciente e da saúde individual e coletiva. Os grandes bancos de dados, mantidos no DATASUS, são essenciais para gerar informações para atividades na saúde como avaliação de políticas, programas e funcionamento do sistema, vigilância etc. As bases de dados do DATASUS estão sendo integradas progressivamente na Rede Nacional de Dados em Saúde. Há necessidade de aperfeiçoar e acelerar todo o processo de liberação dos dados para permitir análises e informações tempestivas e úteis na detecção, planejamento e ação em eventos de saúde pública. Os trabalhadores e trabalhadoras da saúde são fundamentais para efetivação do direito à saúde no SUS. Nesse sentido, investiremos em políticas que tenham o trabalho e a educação como elementos centrais para efetivação de todas as ações de saúde, considerando que a mediação entre a necessidade de saúde e a oferta de serviços é realizada por meio do trabalho dos/as profissionais de saúde. No campo da educação na saúde, daremos enfoque a retomada da política de educação permanente em saúde. No campo da saúde indígena, iniciaremos a gestão com emergência na região Yanomami e alertas sobre contratos de prestação de serviços de saúde à população. Saúdo a criação do Ministério dos Povos. O Brasil está de volta. O Ministério da Saúde (MS) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) são os espaços estruturantes da governança da diplomacia da saúde no governo federal, onde é imprescindível, no campo político, coordenar as posições para a participação coerente do Brasil nos diversos espaços políticos globais, regionais e sub-regionais antes mencionados, e em muitos outros, nos quais a saúde está presente. Outra dimensão essencial na diplomacia da saúde é a cooperação internacional."
Que incluí, fornecimento de milhões de injeções genéticas experimentais para países africanos.
"No campo político, a orientação é recuperar o protagonismo do Brasil no espaço da saúde global e regional, valendo-se dos princípios da construção de soluções comuns, da solidariedade internacional e da equidade na saúde. No Brasil, a parte da população que não participa dos benefícios do desenvolvimento é tão grande que este passa a ser um dos principais problemas, senão o prioritário, de quem governa o Brasil. Esta exclusão tem gênero, raça, classe social, estigma e os sinais para lutar por sua superação foram dados ontem. Não é possível separar a saúde do universo dos direitos da cidadania. São essas convicções que nos animam. É também a força de coletivos tão vigorosos que nos apontam caminhos. Como dizia Riobaldo, em Grande Sertão Veredas: o que a vida quer da gente é coragem. Recorro também a uma de minhas poetas preferidas Cecilia Meireles para dizer que a vida só é possível reinventada. Saúde não é ausência de doenças; saúde é bem viver. E é este sentido positivo da saúde que procurarei realizar nesse momento histórico precioso de união e reconstrução do Brasil.”
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